Suspeito agiria cooptando indígenas para que consentissem com o desmatamento.
A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira (15/6), uma operação para dar cumprimento a um mandado de busca e apreensão em Guaraí (TO) na residência de um suspeito de ser um dos maiores desmatadores da Terra Indígena Xerente.
O território Xerente é composto pelas Terras Indígenas Xerente e Funil e fica localizado no cerrado tocantinense, no lado leste do rio Tocantins, a 70 km da capital, Palmas.
De acordo com investigações da Polícia Federal, o investigado foi citado por diversas testemunhas como sendo o responsável por desmatar, financiar, comprar e vender madeira. Segundo lideranças indígenas e demais testemunhas, a prática acontece há alguns anos com ajuda de terceiros.
Conforme a PF, o suspeito agiria cooptando indígenas para que consentissem com o desmatamento, bem como adquirindo a madeira extraída e revendendo o produto de origem ilegal a receptadores da região de Pedro Afonso e Guaraí.
A PF afirmou que a operação de hoje visa elucidar os fatos e angariar provas dos crimes, com a identificação dos demais envolvidos com a extração, receptação e comércio ilegais de madeira.
O suspeito poderá responder pelos crimes previstos nos artigos 38 e 50-A da Lei 9.605/98, lei de crimes e infrações ambientais, cujas penas podem chegar a sete anos de reclusão, dentre outros crimes.
A preservação ambiental e a extração racional e regular dos recursos naturais são essenciais à vida.
A operação foi batizada de 'Ouroboros', que é a representação gráfica de um dragão, em forma circular, engolindo a própria cauda. O codinome da operação é uma referência às consequências que o homem pode sofrer a partir da degradação da natureza provocada por sua atuação ilegal.
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