A Polícia Civil indiciou 40 suspeitos de integrar o crime organizado.
A partir de um caderno encontrado dentro da Casa de Prisão Provisória de Palmas (CPPP), a Polícia Civil descobriu que detentos da unidade montaram um cassino e realizavam rifas de carros e motos. Os veículos eram roubados por criminosos que estavam em liberdade e o lucro dividido entre os membros de uma facção.
De acordo com o titular da Delegacia de Repressão a Narcóticos (Denarc), de Palmas, delegado Emerson Francisco Moura, o caderno contém nomes, apelidos, funções, padrinhos e as penitenciárias pelas quais os detentos já passaram. "O caderno revela também qual seria a atuação de cada preso na facção", contou.
Em uma mensagem trocada nas redes sociais, eles sortearam carros e motos roubadas. “Os líderes promoviam essas rifas e também uma jogatina entre eles de forma apostada, seja para arrecadação de dinheiro ou para determinar alguma missão a ser feita do lado de fora na rua”, explicou o delegado.
Atualmente a população carcerária da CPPP é de 680 presos, mas a capacitação é para apenas 260. Segundo informações de funcionários da unidade, o local é dividido entre as quadrilhas e quando algum preso chega, ele escolhe onde quer ficar. A opção é para evitar que um membro de uma facção rival seja morto em outro pavilhão.
A Polícia Civil indiciou 40 suspeitos de integrar o crime organizado.
VÍDEO
Em um vídeo, um dos presos apresenta o cassino montado dentro da CPPP e ainda acrescenta que trata-se de um trabalho para a quadrilha.
Em nota, a Secretaria da Cidadania e Justiça (Seciju) disse que todos os presos que dão entrada nas unidades prisionais do Estado passam por uma triagem com a finalidade de conhecer suas características, sendo este um procedimento comum.
Ainda segundo a nota, "quando se trata de presos faccionados, com conhecimento e aprovação do Poder Judiciário, por medida de segurança, eles ficam em pavilhões separados, bem como os não faccionados".
Em outro trecho, a nota enfatiza que o “combate à atuação de grupos organizados dentro das unidades prisionais do Tocantins está sendo feito com a reestruturação do Sistema Penitenciário, o que incluiu a compra de mais equipamentos de controle de entrada de ilícitos e armamentos, a capacitação constante dos servidores e a geração de vagas”.
Em relação à superlotação da CPPP, a nota informa que "o governo do Tocantins está trabalhando na abertura de cerca de 1.400 vagas através obras de construção, de reforma e de ampliação de unidades prisionais, reduzindo o déficit carcerário em até 70%. Essa ampliação no número de vagas permitirá reduzir o excedente carcerário da Casa de Prisão Provisória de Palmas”.
Leia a íntegra da nota
"O Governo do Tocantins, por meio da Secretaria da Cidadania e Justiça (Seciju), esclarece que todos os presos que dão entrada nas unidades prisionais do Estado passam por uma triagem com a finalidade de conhecer suas características, sendo este um procedimento comum.
Perguntas sobre convívio ou pertencimento a uma alguma facção criminosa fazem parte dessa triagem, com a finalidade de promover a segurança tanto dos reeducandos, evitando confronto entre eles, como dos estabelecimentos penais.
Quando se trata de presos faccionados, com conhecimento e aprovação do Poder Judiciário, por medida de segurança, eles ficam em pavilhões separados, bem como os não faccionados.
O combate à atuação de grupos organizados dentro das unidades prisionais do Tocantins está sendo feito com a reestruturação do Sistema Penitenciário, o que incluiu a compra de mais equipamentos de controle de entrada de ilícitos e armamentos, a capacitação constante dos servidores e a geração de vagas.
O Governo do Tocantins está trabalhando na abertura de cerca de 1.400 vagas através obras de construção, de reforma e de ampliação de unidades prisionais, reduzindo o déficit carcerário em até 70%. Essa ampliação no número de vagas permitirá reduzir o excedente carcerário da Casa de Prisão Provisória de Palmas."