Josivam Alves

Servidor foi estuprado por colega de trabalho antes de ser morto no Tocantins, conclui polícia

O suspeito do crime foi preso. Servidor trabalhava como gari.

Por Redação 8.450
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31/10/2020 08h37 - Atualizado há 3 anos
Exumação do corpo

Um caso aparentemente de morte natural, ocorrido no mês de junho de 2020 na cidade de Rio dos Bois, e que vitimou o funcionário público Josivam Alves Fidélis, de 28 anos, teve um desfecho surpreendente.

Por meio da 66ª Delegacia de Miranorte, a Polícia Civil prendeu nesta quinta-feira (29) um homem de 34 anos, conhecido pelo apelido de ‘Calango’, apontado como sendo o autor do homicídio.

Conforme o delegado-chefe da 66ª DP, Pedro Henrique Félix Bernardes, desde a época da morte, no dia 13 de junho de 2020, o fato despertou suspeitas de que pudesse se tratar de um crime e não de morte natural, como foi registrado no Boletim de Ocorrência.

“Desde o registro do BO, causou-me muita estranheza o fato de o corpo ter sido enterrado sem qualquer tipo de procedimento legal, ou seja, não houve atestado de óbito, acionamento do Samu, Perícia, tampouco o IML foi notificado para fazer o recolhimento do cadáver, sendo que dava a entender que alguém estava tentando esconder a verdadeira causa da morte da vítima, que foi enterrada poucas horas depois de sua morte”, disse o delegado.

Testemunhas que estavam com Josivam em uma confraternização poucas horas antes disseram que ele poderia ter morrido em decorrência do consumo excessivo de bebida alcoólica e também por ser portador de algumas comorbidades, mas essa versão não convenceu a Polícia Civil.

Exumação do corpo

Dessa maneira, com o aprofundamento das investigações e visando esclarecer as verdadeiras causas da morte, no dia 7 de julho de 2020, uma equipe do IML e do Instituto de Criminalística, juntamente com policiais civis da 66ª DP, foram até o cemitério da cidade, onde houve a exumação do corpo de Josivam.

De acordo com os laudos produzidos pelos órgãos, havia claros sinais de que a vítima tinha sido assassinada por esganadura, como mostraram marcas ainda presentes em seu pescoço. Com base nos documentos oficiais, a Polícia Civil intensificou as investigações e passou a tratar o caso como homicídio e, após ouvir testemunhas e coletar mais evidências, ficou comprovado que, de fato, Josivam havia sido assassinado por ‘Calango’ em uma confraternização em que ambos participavam.

Dívida e estupro

“Vale ressaltar que autor e vítima trabalhavam juntos como garis na prefeitura de Rio dos Bois, e no dia do crime, houve uma festa, onde havia o consumo de bebidas e também de drogas, na casa de ‘Calango’ e que Josivam também estava participando do evento. No entanto, a vítima devia R$ 50 reais ao suspeito e, em determinado momento, ‘Calango’ passou a cobrar Josivam, momento em que se excedeu e passou a golpear a cabeça da vítima com uma garrafa pet cheia de água congelada. Logo em seguida, ‘Calango’ teria esganado Josivam com as próprias mãos e, logo após teria estuprado a vítima ainda em vida”, ressaltou o delegado.

Ainda segundo o delegado, no dia da exumação, um detalhe chamou a atenção dos policiais civis e peritos. “Ocorre que para a realização dos trabalhos de retirada do corpo da sepultura e proceder à exumação, uma equipe da prefeitura da cidade foi acionada para prestar apoio a Polícia Civil e como ‘Calango’ também trabalha no órgão, ele compareceu ao cemitério e ajudou na ação”, disse o delegado.

Contudo, pelo fato de a festa ter sido realizada na casa do homem, o delegado, assim que avistou ‘Calango’ o interpelou e o conduziu até a sede da 66ª DP para prestar esclarecimentos. Na ocasião, ele foi ouvido, negou participação na morte de Josivam e foi liberado.  

Após o crime, o autor providenciou para que o corpo fosse rapidamente enterrado e não acionou nem um órgão legal para fazer a verificação da causa da morte. O caso ganhou muita repercussão na cidade, pois havia a suspeita de que a morte não tivesse ocorrido de forma natural.

O delegado Pedro Henrique também ressaltou que o homem será indiciado formalmente pelos crimes de homicídio qualificado por motivo fútil e também por estupro de vulnerável.

Importante frisar que o indiciamento pelo crime de estupro de vulnerável se deu em virtude do fato de que a vítima, Josivam, estava em completo estado de embriaguez e, portanto, não teve como oferecer nenhum tipo de resistência”, ressaltou a autoridade policial.

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