Efeitos da pandemia

'Até quando vamos pagar essa conta?', desabafa cerimonialista aos prantos em Araguaína

Profissionais pedem o retorno dos eventos com medidas de segurança.

Por Márcia Costa 2.198
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09/06/2021 18h50 - Atualizado há 2 anos
Cerimonialista Elizangela Santos

Mais de um ano após o início da pandemia do coronavírus, muitos profissionais continuam sem poder exercer suas atividades. É o caso dos músicos, dançarinos, produtores e atores, entre outros, em Araguaína, em razão das medidas restritivas para evitar aglomeração de pessoas e a transmissão da covid-19.

A prefeitura chegou a liberar a realização de eventos como colações de grau, casamentos e confraternizações, mas proibiu logo em seguida por meio de um novo decreto em razão do aumento de casos da doença e superlotação no sistema de saúde.

A cerimonialista Elizangela Santos e outros profissionais procuraram o Departamento de Postura de Edificações (Demupe), nesta quarta-feira (9), em busca de informações sobre a liberação de eventos, mas saíram decepcionados, após receberem um 'não' como resposta.

Visivelmente triste e abalada, Elizangela desabafou em um vídeo divulgado em suas redes sociais. Ela criticou o Decreto Municipal citando a realização de eventos clandestinos no município, mesmo com as medidas restritivas.

“A cidade tem um decreto mal elaborado, onde a gente não entende certas coisas. Porque nossa classe paga um preço tão alto? Sofremos pressão psicológica, ansiedade toma conta. Tenho noivos que aguardam pelo casamento desde março do ano passado. O que mais me revolta é que os eventos [clandestinos] não param, as pessoas fazem escondidos. Nós precisamos trabalhar, precisamos continuar nossas vidas”, desabafou.

Elizangela Santos afirmou que várias medidas de segurança podem ser adotadas para a realização de eventos.

“Casamento é organizado, planejado, tem custo emocional, financeiro e psicológico. A gente passa um ano organizando o evento [...]. Por que somente nós pagamos esse peso? Quem é que sabe que lá no nosso evento a doença será transmitida? E dentro dos supermercados? Farmácias, lojas, boutiques, em vários lugares, não transmite? Não podemos fazer evento com base em protocolos? Os grandes centros voltaram, estão fazendo as festas, casamentos, formaturas de forma protocolada e nós, em Araguaína, até hoje. Até quando nós vamos pagar essa conta?", questiona.

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Crise no setor de Eventos com a Pandemia

Além de 477 mil mortes em todo o país causadas pela covid-19 e os 17 milhões de casos da doença, a pandemia também abalou o comércio, principalmente o setor de entretenimento.

Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape), Doreni Caramori Júnior, mais de 350 mil eventos deixaram de ser realizados em 2020 (o número inclui shows, festas, congressos, rodeios, eventos esportivos e sociais, teatro, entre outros), o que fez com que o setor deixasse de faturar ao menos R$ 90 bilhões. Hoje, 97 em cada 100 empresas não estão trabalhando.

Mais de 30% das empresas fecharam as portas e outras mais de 30% terão muitas dificuldades pra reabrirem, segundo o presidente da Abrape.

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