Ela saiu da UTI e enfrentou uma viagem de quase 200 km.
A 6ª Promotoria de Justiça de Gurupi instaurou procedimento preparatório para apurar eventual irregularidade médica que pode ter resultado na morte de Angelina Macedo de Farias, de 60 anos.
A idosa estava internada no Hospital Regional de Gurupi (HRG) e morreu horas após deixar o leito de UTI no HRG e ser transferida para o Hospital Municipal de Araguaçu, distante 190 km.
O promotor Marcelo Lima Nunes, responsável pelo procedimento, deu o prazo de cinco dias para que a Diretoria Geral do HRG encaminhe informações acerca do caso, explicando quais protocolos foram adotados para o remanejamento da paciente, os dados relativos ao médico responsável pela alta médica, bem como detalhes do transporte e as providências para evitar futuras ocorrências envolvendo alta médica prematura de pacientes de leitos de UTI Covid.
Também foram oficiados o Secretário Estadual de Saúde e o Conselho Regional de Medicina do Tocantins, visando à instauração de sindicância ou procedimento disciplinar para apurar os fatos e adotar medidas punitivas cabíveis.
Uma cópia do procedimento foi remetida às Promotorias de Justiça Criminais de Gurupi para verificar eventual prática criminosa por parte dos médicos e demais envolvidos no caso.
Familiares da vítima relatam que Angelina Macedo passou 11 dias entubada na UTI e estava bastante debilitada quando recebeu alta médica, na tarde desta terça-feira (14). Segundo a família, ela morreu menos de uma hora após enfrentar a viagem de 190 quilômetros entre Gurupi e Araguaçu.
O Hospital Regional de Gurupi é a unidade de referência para tratamento de coronavírus na região sul do estado. Na última segunda-feira (12), a unidade ficou com 100% dos leitos ocupados.