Quem passa pela Via Lago já se acostumou a ver as capivaras, que transitam pela Marginal Neblina, cágados e até jacarés, principalmente nas encostas do calçadão às margens do córrego Neblina e Lago Azul.

Na semana passada, a equipe do Meio Ambiente da Prefeitura flagrou mais uma espécie silvestre morando na região: a anhuma ou inhuma, uma das aves símbolo do Tocantins. Um casal fez ninho na área alagada no encontro dos córregos Neblina e São Miguel.

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De acordo com o biólogo do Município Aníbal Souza Neto, essa aproximação de animais silvestres se dá por conta do trabalho ambiental realizado juntamente com as obras de infraestrutura. “A anhuma chama a atenção porque é uma das maiores aves do nosso ecossistema. Eles estarem tão à vontade a ponto de construir um ninho significa que o ambiente foi pouco afetado com as obras”, afirmou.

O registro da ave silvestre à vontade na região da Via Lago é bastante simbólico, já que em 5 de junho, no próximo domingo, é celebrado o Dia Mundial do Meio Ambiente.

Desde o início da construção da Via Lago, no fim de 2014, a prefeitura vem realizando o salvamento e monitoramento da fauna do Lago Azul, que contém, ainda, outros animais, como guaxinins, preás, peixes e outras aves. O serviço continuou durante as obras do Complexo Poliesportivo Pedro Quaresma e do aterro para implantação do Centro de Convenções.

“Quando há necessidade, nós fazemos remoção das espécies para áreas com maior densidade de vegetação ou encaminhamos para centros de reabilitação do BPMA (Batalhão da Polícia Militar Ambiental). No caso das anhumas, devemos esperar até que os ovos choquem para fazer esse trabalho”, explicou o biólogo.

Cuidados na direção

A prefeitura orienta que os motoristas e ciclistas devem tomar cuidado na região da Via Lago para evitar o atropelamento dos animais, obedecendo o limite de velocidade e observando a pista.

“As lombofaixas implantadas nas pistas visam aumentar a segurança dos pedestres e também dos animais”, contou Aníbal.

Anhumas

As inhumas podem chegar a 80 centímetros de altura e envergadura das asas até 1,5 metro, pesando 3 kg. Mora em margens de rios, lagos e lagoas próximas de áreas florestais. Vive em casais ou grupos familiares e a vocalização é alta e característica. Possui algumas estruturas destacáveis no corpo: no alto da cabeça o espículo córneo semelhante a uma “antena” e o par de esporões no ombro.

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As inhumas podem chegar a 80 centímetros de altura / Foto: Marcos Sandes