A partir de agosto

Governo Federal determina fim do teletrabalho no INSS após deflagração de greve nacional

São 6.540 servidores em sistema remoto. Há ainda mais de 2,5 mil em trabalho híbrido.

Por Redação 947
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15/07/2024 09h19 - Atualizado há 4 semanas
Agência do INSS em Araguaína.

Notícias do Tocantins -  O presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, determinou o fim do teletrabalho no órgão a partir de agosto.

Em ofício, o presidente escreveu: “Com o intuito de aperfeiçoarmos o trabalho presencial na Administração Central a partir de 01 de agosto de 2024, solicitamos que apresentem até o dia 22 de julho de 2024 o plano de desmobilização do trabalho remoto no âmbito de suas respectivas unidades, que compõe a Administração Central”.

O plano de desmobilização deve contemplar todos os servidores nominalmente e apresentar justificativa no caso de permanência excepcional de um servidor em trabalho remoto. Posteriormente à apresentação do plano de desmobilização, será definida a porcentagem máxima de autorização para trabalho remoto em cada unidade.

O número de servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em teletrabalho é de 6.540, o que representa 33,7% do total de servidores aptos ao trabalho remoto dentro do órgão e inseridos no Programa de Gestão e Desempenho (PGD) — que comporta a modalidade de teletrabalho.

Há ainda 2.539 funcionários (18,9%) em esquema de trabalho semipresencial (híbrido), enquanto 4.306 (32,1%) estão em trabalho presencial.
Esses três grupos são de servidores do PGD. O total de servidores nesse programa soma 13.394.

Contando os que não se enquadram nele, o quadro total de servidores do instituto se encontra em 19.395, dos quais 18.570 estão ativos e 825 estão cedidos a outros órgãos. Nesse caso, fora do PGD, todos fazem trabalho presencial.

Na última sexta-feira (12/07), o site Metrópoles noticiou que o presidente do instituto, Alessandro Stefanutto, determinou o fim do teletrabalho no órgão a partir de agosto, com o objetivo de aperfeiçoar o trabalho presencial.

Stefanutto disse que a retomada não será feita de maneira brusca e lembrou que essa modalidade de trabalho remoto se aprofundou na pandemia de Covid-19, mas tanto órgãos do setor público — como a irmã Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev) —, quanto empresas privadas já retomaram o trabalho presencial.

É um movimento natural, porque primeiro o trabalho remoto tem que ser feito a favor do órgão e do segurado a que a gente atende. Ele não é um direito”, afirmou ao siste Metrópoles.

Ele citou benefícios do serviço cara a cara com a população, pois o público atendido pelo INSS é de pessoas mais velhas e/ou em situação de vulnerabilidade, alguns das quais analfabetas. Parte desse público, sem formação tecnológica, é empurrada para o atendimento digital e tem dificuldade com a linguagem.

O Programa de Gestão de Desempenho

Criado em 2022, o PGD dispensa o servidor do controle de frequência e assiduidade (o famoso ponto) e o substitui pelo controle de resultados.
Ponto central desse programa é justamente a modalidade teletrabalho, que possibilita que o servidor participante exerça suas atividades a partir de um local por ele definido, sem ser necessariamente nas dependências do órgão/entidade.

O teletrabalho depende de comum acordo com o participante e a chefia da unidade de execução. Ele pode ser integral, parcial (híbrido) e exercido com residência no exterior.

Posição dos servidores

Em reação, servidores veem “politicagem” do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, e negam que essa mudança vá resolver o problema de atendimento.

Os servidores dizem que faltam equipamentos para o trabalho presencial, e seria necessário um investimento bilionário antes da iniciativa. Também alegam que o home office praticamente dobrou a produção e foi fundamental para a redução da fila de espera.

A categoria tem buscado interlocução com a gestão do INSS nos bastidores para tentar negociar uma alternativa que preserve o que consideram “benefícios” em termos de produtividade do home office combinado com um modelo de retomada do atendimento presencial à população.

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