No dia 16 de março de 2017, quase três anos depois da data de seu lançamento, o governador Marcelo Miranda (PMDB) informou, em uma entrevista coletiva convocada pelo próprio gestor, que iria nomear parte dos candidatos aprovados no concurso da Polícia Civil ainda no mês de abril. O certame, que vem andando devagar, parecia que finalmente ia chegar a algum lugar. Porém, em seu anúncio, o governador informou que somente 50 delegados, 13 médicos legistas 35 peritos, 14 papiloscopistas, 44 agentes e 60 escrivães seriam nomeados, frustrando mais de 300 aprovados que terão que esperar a convocação final. Em seu discurso, o governador não apresentou nenhum cronograma para a convocação do restante dos aprovados, que ficaram esperando sem saber se serão ou não nomeados. Porém, quase dois meses após o anúncio que deveria trazer alívio aos aprovados, o governo ainda não se manifestou sobre a nomeação prometida para abril. Enquanto isso, o "defasômetro" da Polícia Civil, segundo dados do Portal da Transparência relativos a março de 2017, chega a 1.170 profissionais. De acordo com o Plano de Cargo de Carreira e Remuneração (PCCR) há atualmente 133 peritos criminais compondo o quadro da Segurança Pública Estadual, implicando numa defasagem de 84 profissionais, já que, segundo a Lei, deveria haver 217. O déficit de agente de necrotomia é de 33 profissionais, já que 64 estão trabalhando, quando a previsão é de 97. Já no caso do cargo de agente de polícia o PCCR prevê 932 profissionais, atualmente 425 estão na ativa. Para o cargo de delegado de polícia o quantitativo previsto é de 244, o quadro atual é de 120. Os escrivães e papiloscopistas também estão defasados. O PCCR prevê 571 e 191 profissionais integrando o quadro da SSP. Atualmente, são 245 e 191 profissionais na ativa. Os números referentes ao déficit e o aumento da violência nas ruas só reforçam a importância da convocação imediata e integral de todos os aprovados. Para o candidato ao cargo de perito criminal, Murilo Marcolini, o governo precisa agir e nomear os candidatos imediatamente. “
A situação está complicada em todo o Tocantins e não há como sustentar a Polícia Civil com tanta falta de profissionais. O anúncio do governador dizia que a nomeação iria acontecer no mês passado, mas abril já se passou e não vemos nenhuma movimentação por parte do governo em relação à efetiva nomeação. Ninguém aguenta mais esperar, nem os candidatos que já estão aguardando há anos, nem a população, que é a maior prejudicada e sofre diariamente com o aumento alarmante da violência”, ponderou Murilo. Procurada, a Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP-TO) informou que quem está respondendo pela nomeação é a Secretaria de Comunicação do Estado, que por sua vez não respondeu aos questionamentos da reportagem.
(Ascom)