Deputados têm auxílio-moradia superior ao salário de professor

Por Redação AF
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28/04/2013 23h01 - Atualizado há 5 anos
<div style="text-align: justify;"> <span style="font-size:14px;"><u><strong>Arnaldo Filho</strong></u><br /> <em>Opini&atilde;o</em><br /> <br /> N&atilde;o quero ser injusto, nem tampouco expor a classe, ao fazer uma compara&ccedil;&atilde;o entre o sal&aacute;rio de um professor tocantinense e as benesses que a vida p&uacute;blica oferece aos ditos &ldquo;pol&iacute;ticos&rdquo;. Esse par&acirc;metro justifica-se pelo fato de que o Governo do Estado, hora ou outra, divulga que a educa&ccedil;&atilde;o tocantinense est&aacute; entre as mais bem pagas do Brasil.&nbsp;&nbsp;<br /> <br /> <strong><u>Aux&iacute;lio-moradia</u></strong><br /> <br /> N&oacute;s tocantinenses assistimos recentemente mais uma farra com o dinheiro p&uacute;blico, o que demostra nitidamente o n&iacute;vel de imoralidade com que os agentes pol&iacute;ticos tratam o suado dinheiro proveniente dos nossos tributos. O aux&iacute;lio-moradia aos deputados estaduais, institu&iacute;do em 21 de mar&ccedil;o, apenas justifica que a justi&ccedil;a social no Tocantins &eacute; apenas uma farsa, e que a classe pol&iacute;tica dificilmente ser&aacute; os representantes do povo, mas sim dos pr&oacute;prios interesses.<br /> <br /> Como justificar que um deputado estadual receba R$ 3.429,50 para aluguel enquanto milhares de tocantinenses n&atilde;o t&ecirc;m condi&ccedil;&otilde;es de pagar um aluguel de 300 reais? Como justificar ainda este benef&iacute;cio no mesmo Estado em que o &ldquo;professor mais bem pago do Brasil&rdquo;, p&oacute;s-graduado, recebe pouco mais de R$ 3.200,00 por 40 horas semanais em sala de aula? Como justificar tamb&eacute;m um aux&iacute;lio aos que j&aacute; s&atilde;o agraciados com sal&aacute;rios de R$ 20 mil e outras verbas que somam mais de R$ 60 mil mensais?<br /> <br /> E pasme: apesar do aux&iacute;lio, mais da metade dos deputados estaduais j&aacute; t&ecirc;m mans&otilde;es na Capital. Mas defenderam ou simplesmente concordaram com o benef&iacute;cio.<br /> <br /> <u><strong>Do lado oposto</strong></u><br /> <br /> Para termos no&ccedil;&atilde;o do absurdo, dados apontam que s&oacute; em Aragua&iacute;na o d&eacute;ficit habitacional chega a 15 mil casas. Aqui, o aux&iacute;lio-moradia &agrave;s fam&iacute;lias v&iacute;timas das enchentes e &aacute;reas de risco &eacute; de 300 reais mensais.<br /> <br /> &Eacute; justamente a aus&ecirc;ncia de respostas convincentes para estas perguntas que nos faz olhar para o pol&iacute;tico como algu&eacute;m sempre corrupto, covarde e preocupado apenas com os pr&oacute;prios interesses. E tudo isso tem seu custo: o jovem Tocantins est&aacute; entre os dez estados com maior carga tribut&aacute;ria do Brasil.<br /> <br /> <u><strong>Quem abriu m&atilde;o do benef&iacute;cio</strong></u><br /> <br /> Apenas dois deputados abriram m&atilde;o do benef&iacute;cio, s&atilde;o eles: Sargento Arag&atilde;o (sem partido) e Marcelo L&eacute;lis (PV). Os demais veem como justo e necess&aacute;rio.<br /> <br /> <u><strong>Quem s&atilde;o os beneficiados</strong></u><br /> <br /> Esta &eacute; a rela&ccedil;&atilde;o dos deputados que concordam com o benef&iacute;cio, seja por defend&ecirc;-lo explicitamente ou por manterem uma postura de coniv&ecirc;ncia e n&atilde;o se posicionarem sobre o assunto.<br /> <br /> S&atilde;o eles: Sandoval Cardoso (presidente da AL que instituiu o benef&iacute;cio); Josi Nunes, Eduardo do Dertins, Vilmar do Detran, Iderval Silva, Eli Borges, Jos&eacute; Augusto Pugliesi, Wanderlei Barbosa, Raimundo Palito, Manoel Queiroz, Luana Ribeiro, Jos&eacute; Geraldo, Jos&eacute; Bonif&aacute;cio, Am&eacute;lio Cayres, Stalin Bucar, Marcelo Lelis, Freire Junior, Raimundo Moreira, Solange Duailibe, Am&aacute;lia Santana, Z&eacute; Roberto , Toinho Andrade, Osires Damasco.<br /> <br /> Al&eacute;m destes, s&atilde;o tamb&eacute;m beneficiados os suplentes Jorge Frederico e Carl&atilde;o da Sanetins.<br /> <br /> As justificativas dos nobres deputados estaduais para aprovar ou concordar com certas imoralidades s&atilde;o sempre as mesmas: &ldquo;se os deputados federais t&ecirc;m direito n&oacute;s tamb&eacute;m temos&rdquo;. Uma imoralidade justificando a outra. Ou seria, imoralidade em efeito domin&oacute;?&nbsp;<br /> <br /> <strong><u>Nossa responsabilidade</u></strong><br /> <br /> Apesar de n&atilde;o respondermos diretamente pelas a&ccedil;&otilde;es dos deputados, somos respons&aacute;veis pelo nosso voto. Aqui devemos pensar se queremos manter no rol dos privilegiados aqueles que elencam os pr&oacute;prios interesses como prioridades.&nbsp; Portanto, temos a reponsabilidade de acompanhar estas a&ccedil;&otilde;es e n&atilde;o esquec&ecirc;-las posteriormente.&nbsp;&nbsp;<br /> <br /> <u><strong>O impacto do aux&iacute;lio-moradia</strong></u><br /> <br /> O impacto do aux&iacute;lio-moradia aos cofres da Assembleia Legislativa ser&aacute; de R$ 82.308,00 ao m&ecirc;s. Por ano, cada parlamentar receber&aacute; R$ 41.154,000 para esta finalidade o que significa que, num mandato de quatro anos, ser&aacute; gasto a quantia de R$ 164.616,00 com cada parlamentar. Multiplicando-se pelo total de deputados, significa dizer que o gasto, durante um ano, do parlamento ser&aacute; de R$ 987.696,00. Durante os quatro anos de mandato, a Assembleia vai gastar com o pagamento do benef&iacute;cio um total de R$ 3.950.784,00.<br /> <br /> Quantas casas populares poderiam ser constru&iacute;das com esse valor? Pense voc&ecirc; mesmo.<br /> <br /> Isso &eacute; uma IMORALIDADE!</span></div>
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