A falta da medicação ocasiona dores intensas e lesões graves na pele e nos ossos dos pacientes.
Os tocantinenses que fazem tratamento contínuo para anemia falciforme estão sem receber a medicação da Secretaria de Estado da Saúde há cerca dois meses. A situação tem afetado vários pacientes e a falta do medicamento pode ocasionar, além de anemia, infecções, crise de dor e fadiga.
A hidroxiuréia é atualmente a única medicação aprovada especificamente para esse tipo de tratamento e distribuída gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O morador de Araguaína Felismar Palmeira Costa depende do medicamento controlado há mais de 10 anos. Ele tomou o último comprimido no dia 26 de julho e está preocupado.
"Tenho 34 anos e dependo da medicação desde os meus 18 anos quando fui diagnosticado [com anemia falciforme]. Essa não é a primeira vez que o Estado deixa de fornecer a medicação. Nas outras vezes eu denunciei na Defensoria Pública e eles acionaram o Governo. Dessa vez, os servidores não sabem nem o motivo da falta da medicação e nem tem a previsão para começarem a ofertar", relatou.
A falta da medicação pode ocasionar sérios problemas aos portadores da anemia falciforme, como: crises de dores e, se muito intensas, os pacientes devem buscar uma unidade hospitalar o mais rápido possível para hidratação e receber bolsas de sangue. A doença também causa lesões na pele e nos ossos.
A anemia falciforme é uma doença genética muito comum no Brasil e se manifesta com anemia crônica e crises dolorosas ao longo da vida.
O QUE DIZ A SAÚDE
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou à reportagem que abriu processo de aquisição do medicamento hidroxiuréia e que está buscando todos os meios legais para garantir a continuidade da assistência aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).