Um pouco de história

Meus jornais e as curiosidades da história de Araguaína desde a década de 70 - por Otávio Barros

A década de 70 assinala o período em que a corrente migratória dispara em Araguaína.

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28/10/2019 08h33 - Atualizado há 4 anos
Otávio Barros, escritor e jornalista

Se os cupins e as traças não visitaram os papéis do Alexandre, o leitor pode rever uma edição de meu jornal “O Correio” (ano de 1974) quando publiquei uma poesia dele. Assim como o imortal Machado de Assis, Alexandre ainda estudante, foi auxiliar de tipógrafo (serviço de composição, paginação e impressão) nas oficinas do jornal “O Correio”. Edson Gallo e o advogado Emival Noleto foram meus jornaleiros. Havia uma dezena de jornaleiros para vender o jornal pela cidade.

De 1973 à década de 80, mantive vários jornais em Araguaína. “Tribuna da Amazônia” (de 1973 a 1975), “O Correio” (em 1974), em sociedade com o Oliveira Contador, e “O Estado do Tocantins”, a partir de 1975 (hoje com a sede em Palmas). A década de 70 assinala o período em que a corrente migratória dispara em Araguaína e a economia deu salto quantitativo, junto com as indústrias do Grupo Boa Sorte.

Araguaína apresentava um crescimento desordenado, com gente de todo o Brasil. Você passava numa área que era só mato. No mês seguinte o local estava apinhado de casebres de palha. Mesmo sem energia, água e telefone, a cidade desafiava essas carências e continuava em crescimento. Falei com o Fábio do IBGE para fazer uma pesquisa sobre a importância do Lontra no contexto da economia regional da Amazônia brasileira.

E publicamos sua pesquisa nas páginas de nossa saudosa “Tribuna da Amazônia”, sob o título “Araguaína, Capital Econômica do Norte de Goiás”. A edição do jornal logo se esgotou e novos leitores procuravam a redação para comprar o jornal. Muita gente fazia cópias do jornal e espalhava por esse imenso Brasil.

O vereador Zealdo, presidente da Câmara adotou a expressão “Araguaína, Capital Econômica do Norte de Goiás” nos papéis da casa. O vereador Antônio Raymundo Costa falou que iria apresentar projeto para ser homenageado com o título de cidadão honorário de Araguaína. Declinei do convite, alegando ser novato na cidade. Anos depois receberia a honraria.

O prefeito João de Souza também adotou a expressão “Araguaína, Capital do Norte de Goiás” nos papéis oficiais da Prefeitura. Quando viajava para Goiânia e perguntavam minha cidade, respondia: “Sou da Capital Econômica do Norte de Goiás”. Aí tinha que explicar a situação de Araguaína no contexto regional.

Se na política a gente estava por baixo, o mesmo não acontecia na economia da cidade. Ou seja, Araguaína não tinha um deputado para defender os interesses locais. Com a criação do Tocantins, mudou-se a expressão para “Araguaína, Capital Econômica do Estado”.

Outra lembrancinha de nosso jornal “Tribuna da Amazônia” foi sobre uma conversa com a Professora Josefa Dias, a primeira a lecionar na cidade. O engenheiro Antônio Carneiro foi seu aluno. Falei com o Vereador Arnon Leal (pai da jornalista Nilar e meu conterrâneo de Pernambuco) e a Câmara de Vereadores aprovou projeto para o título de cidadania honorária da professora. Recebi muita lição sobre os primórdios da história de Araguaína com a Professora Josefa Dias e “Seu” Barroso, pai do empresário Carlito Valadares.

Enquanto isso a cidade crescia sem planejamento...

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