MPF obtém liminar que impede venda de imóvel titulado

Por Redação AF
Comentários (0)

02/05/2013 15h58 - Atualizado há 5 anos
<div style="text-align: justify;"> <span style="font-size:14px;">A Vara &Uacute;nica da Justi&ccedil;a federal em Aragua&iacute;na deferiu pedido de liminar da Procuradoria da Rep&uacute;blica em Aragua&iacute;na e determinou que L&aacute;zaro Eduardo de Barros e Paulo C&eacute;sar de Barros J&uacute;nior n&atilde;o realizem benfeitorias na fazenda Santo Reis, im&oacute;vel que recebeu t&iacute;tulo de regulariza&ccedil;&atilde;o fundi&aacute;ria ap&oacute;s falsidade ideol&oacute;gica que levou a erro a Secretaria Extraordin&aacute;ria de Regulariza&ccedil;&atilde;o Fundi&aacute;ria na Amaz&ocirc;nia Legal.<br /> <br /> De acordo com o MPF, Tamb&eacute;m foi requerido a Paulo C&eacute;sar que entregue o t&iacute;tulo de dom&iacute;nio emitido pela Uni&atilde;o em seu nome &agrave; Justi&ccedil;a, e que a Uni&atilde;o, por meio da Divis&atilde;o Estadual de Regulariza&ccedil;&atilde;o Agr&aacute;ria n&atilde;o processe qualquer pedido de regulariza&ccedil;&atilde;o fundi&aacute;ria realizado por L&aacute;zaro Eduardo e suspenda o andamento de eventuais procedimentos existentes neste sentido. A fazenda, localizada na gleba Anaj&aacute;, munic&iacute;pio de Palmeirante, &eacute; alvo de disputas fundi&aacute;rias e conflitos na localidade. A concess&atilde;o da liminar&nbsp; busca impedir a consolida&ccedil;&atilde;o de benfeitorias que possam dificultar a retirada dos ocupantes do im&oacute;vel rural, ou ainda que a fazenda seja transferida a terceiros de boa-f&eacute;.<br /> <br /> Aunda segundo o MPF, a medida judicial &eacute; consequ&ecirc;ncia de inqu&eacute;rito civil p&uacute;blico instaurado pelo Minist&eacute;rio P&uacute;blico Federal para analisar a pr&aacute;tica de falsidade ideol&oacute;gica na titula&ccedil;&atilde;o do im&oacute;vel. Tamb&eacute;m em consequ&ecirc;ncia das apura&ccedil;&otilde;es realizadas durante o inqu&eacute;rito, foi proposta a&ccedil;&atilde;o penal (den&uacute;ncia) contra Paulo C&eacute;sar e L&aacute;zaro Eduardo pelo crime de estelionato (artigo 171 do C&oacute;digo Penal Brasileiro), al&eacute;m a&ccedil;&atilde;o por improbidade administrativa contra Paulo C&eacute;sar requerendo a anula&ccedil;&atilde;o do t&iacute;tulo obtido mediante fraude e o retorno da propriedade imobili&aacute;ria ao patrim&ocirc;nio p&uacute;blico.<br /> <br /> Segundo as a&ccedil;&otilde;es penal e civil propostas pelo MPF/TO, L&aacute;zaro Eduardo de Barros era o ocupante da fazenda Santo Reis, que teve seu pedido de regulariza&ccedil;&atilde;o feito e deferido em nome de Paulo C&eacute;sar. Tendo em vista ind&iacute;cios de que o benefici&aacute;rio nunca teria ocupado a &aacute;rea e seria mero laranja de seu tio L&aacute;zaro, e que haveria conflito e disputa de terras na localidade, decidiu-se suspender a entrega do t&iacute;tulo. Sem as cautelas necess&aacute;rias, contrariando o princ&iacute;pio da realidade e baseando-se apenas nas declara&ccedil;&otilde;es dos pr&oacute;prios r&eacute;us, mesmo havendo ind&iacute;cios de poss&iacute;vel utiliza&ccedil;&atilde;o de laranja, manteve-se a emiss&atilde;o do t&iacute;tulo em favor de Paulo C&eacute;sar, o que levou o MPF/TO a instaurar o inqu&eacute;rito civil p&uacute;blico.<br /> <br /> Durante a instru&ccedil;&atilde;o do inqu&eacute;rito, foi constatado que no ano de 2009 L&aacute;zaro foi surpreendido com a publica&ccedil;&atilde;o da Lei 11.952/2009, a qual passou a elencar as exig&ecirc;ncias para a legitima&ccedil;&atilde;o de posse e regulariza&ccedil;&atilde;o fundi&aacute;ria de terras p&uacute;blicas rurais federais. Por n&atilde;o preencher os requisitos exigidos pela lei em virtude de sua companheira ser servidora da C&acirc;mara Municipal de Palmas, L&aacute;zaro prop&ocirc;s a seu sobrinho que realizassem um simulacro de cess&atilde;o de direitos transferindo a posse da fazenda Santo Reis a Paulo C&eacute;sar atrav&eacute;s de uma escritura particular antedatada, de 10 de janeiro de 2003. A inser&ccedil;&atilde;o do ano de 2003 na falsa escritura era necess&aacute;ria porque a lei passou a exigir que o exerc&iacute;cio de ocupa&ccedil;&atilde;o e explora&ccedil;&atilde;o fosse anterior a 1&ordm; de janeiro de 2004.<br /> <br /> No documento falso consta que Paulo C&eacute;sar era residente e domiciliado na fazenda Santo Reis. Entretanto, ele iniciou no mesmo ano de emiss&atilde;o da escritura o curso de zootecnia no campus da UFT de Aragua&iacute;na, cidade localizada a cerca de 124 Km de Palmeirante. Tamb&eacute;m foi constatado que Paulo C&eacute;sar concluiu o ensino m&eacute;dio em Palmas no final de 2002, menos de dois meses antes da pretensa cess&atilde;o de direitos a ele. Ainda que os fatos constantes da escritura fossem ver&iacute;dicos, considerando que o curso de zootecnia &eacute; integral, seria invi&aacute;vel o deslocamento di&aacute;rio da fazenda ao campus da UFT em Aragua&iacute;na, uma dist&acirc;ncia de mais de 250 Km.<br /> <br /> Entre as provas apresentadas &agrave; Justi&ccedil;a constam trechos de boletins de ocorr&ecirc;ncia registrados na Pol&iacute;cia Civil que relatam agress&otilde;es sofridas por posseiros da regi&atilde;o e acampados do acampamento Vit&oacute;ria a mando de L&aacute;zaro, conhecido na regi&atilde;o como Lazinho. Os moradores da regi&atilde;o afirmam sequer conhecer Paulo C&eacute;sar, sendo un&acirc;nime a afirma&ccedil;&atilde;o que o ocupante da &aacute;rea da fazenda &eacute; L&aacute;zaro. Nos endere&ccedil;os urbanos levantados como sendo de Paulo C&eacute;sar na cidade de Colinas do Tocantins, vizinhos afirmaram desconhecer qualquer atividade rural desenvolvida pelo investigado, que trabalha como corretor de im&oacute;veis.<br /> <br /> Segundo o MPF/TO, o fato que mais uma vez denota que Paulo C&eacute;sar era alheio &agrave; fazenda &eacute; a procura&ccedil;&atilde;o registrada em favor de seu tio L&aacute;zaro, conferindo a ele poderes amplos e gerais para represent&aacute;-lo perante reparti&ccedil;&otilde;es p&uacute;blicas. L&aacute;zaro chegou a representar Paulo C&eacute;sar junto ao Incra em dezembro de 2011, quando se apurava suspeita de dissimula&ccedil;&atilde;o na ocupa&ccedil;&atilde;o da fazenda. Por desconhecer qualquer situa&ccedil;&atilde;o de conflitos ocorridos na propriedade rural, Paulo C&eacute;sar n&atilde;o compareceu.</span></div>
ASSUNTOS

Comentários (0)

Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.

(63) 3415-2769
Copyright © 2011 - 2024 AF. Todos os direitos reservados.