<div style="text-align: justify;"> <span style="font-size:14px;"><u><strong>Arnaldo Filho</strong></u><br /> <em>Portal AF Notícias</em><br /> <br /> Araguaína está prestes a perder um dos mais importantes hospitais da região norte do país. Já está na Comissão de Constituição, Redação e Justiça da Assembleia Legislativa do Tocantins um Projeto de Lei Complementar nº 01/2013 que extingue o Hospital de Doenças Tropicais (HDT) e a Fundação de Medicina Tropical (FUNTROP) de Araguaína.<br /> <br /> Para esclarecer a população araguainense sobre os prejuízos e reflexos negativos da extinção das unidades de saúde, o <em><strong>AF Notícias</strong></em> solicitou a uma equipe de profissionais da área que destacassem os principais motivos para não extinção do HDT.<br /> <br /> Confira, portanto, o que pensam os profissionais da área.<br /> <br /> 1. O HDT é o ÚNICO HOSPITAL DO ESTADO DO TOCANTINS que é REFERÊNCIA para tratamento das pessoas com doenças infecciosas transmissíveis e não transmissíveis, como meningite, calazar, dengue, febre amarela, raiva, HIV/Aids, hepatites, tuberculose, hanseníase, dentre outras, também, chamadas de doenças tropicais, que necessitam de tratamento específico e muitas vezes contínuo.<br /> <br /> 2. O HDT é constituído de infraestrutura adequada para o tratamento das doenças infecto-contagiosas, com espaço para cuidado e proteção da saúde do indivíduo, conforme é recomendado pelas autoridades sanitárias. Possui uma equipe multiprofissional qualificada para o atendimento humanizado e que dá apoio aos pacientes, respeitando sua individualidade e privacidade, garantindo sua autonomia e dignidade humana.</span><br /> <br /> <span style="font-size: 14px;">3. A extinção do HDT implicará em sobrecarga de atendimento de doenças infecto-contagiosas para outros serviços e para outros hospitais, como o HRA, por exemplo, que não suporta a ampliação de mais nenhum serviço, em virtude de sua infraestrutura. </span><br /> <br /> <span style="font-size:14px;">4. Doenças como a Aids, que provoca grande repercussão na vida das pessoas acometidas, bem como à família e, até mesmo, às pessoas que residem em pequenas cidades, pois o medo, o preconceito e a discriminação têm afetado seriamente a saúde dos pacientes em tratamento e estes buscam cada vez mais o apoio da equipe de referência para minimizar esses danos.</span><br /> <br /> <span style="font-size: 14px;">5. Doenças graves como o Calazar, têm afetado cada vez mais crianças, que encontram no hospital o recurso necessário para seu tratamento e cura.</span><br /> <br /> <span style="font-size:14px;">6. Casos como o de violência sexual contra crianças, adolescentes e mulheres, em que o HDT é referência para o acompanhamento de casos que a cada dia cresce ainda mais. Quem os atenderá conforme os protocolos de monitoramento? </span><br /> <br /> <span style="font-size: 14px;">7. Há que se refletir sobre a importância epidemiológica que o HDT representa para o estado e para a região norte do país, pois é um importante pólo de notificação, de diagnóstico, de tratamento e de monitoramento dos casos de doenças tropicais e que anualmente é incluído na lista de instituições que mais contribui para a redução de indicadores de morbi-mortalidade por doenças infecto-contagiosas, que pode ser facilmente visualizado através dos instrumentos de pactuação entre as esferas de governo. Quando o HDT acabar, quem dará continuidade ao tratamento dessas doenças tropicais? Onde a população com alguma dessas doenças buscará apoio necessário para garantir a manutenção de sua saúde? Quem garantirá à população que os programas e serviços existentes não acabarão juntamente com o HDT? Quem atenderá aos municípios que encaminharem seus pacientes para tratar essas doenças? Qual o estudo que o governo do Estado do Tocantins realizou para avaliar o impacto dessa medida para a população da cidade e do estado? O que pensam nossos deputados estaduais sobre esse projeto de lei? Conhecem qual será o impacto dessa mudança?</span><br /> <br /> <span style="font-size:14px;">8. O Estado ao longo dos anos fez muitos investimentos no HDT, em infraestrutura adequada, capacitação de profissionais médicos, enfermeiros, farmacêuticos, psicólogos, assistentes sociais, nutricionistas, fisioterapeutas, dentre outros, além de fortalecer ao laboratório de saúde pública que é o único da rede SUS que é referência para diagnóstico das doenças tropicais para a macrorregião de Araguaína, tudo para garantir o atendimento qualificado e resolutivo à população assistida. O que o governo fará futuramente com as pessoas que precisam de atendimento para tratar as doenças infecto-contagiosas? Deslocará as pessoas para a capital Palmas, com gastos ainda maiores com deslocamento do paciente e de um familiar como acompanhante no tempo que for necessário para o tratamento? O que farão com os serviços e programas que funcionam tão bem na estrutura do HDT? Entregarão toda estrutura do HDT à uma organização social (EBSERH) que está sendo questionada de norte a sul do país por sua falta de diálogo, arbitrariedade e por atuar em não conformidade com o que reza a política de saúde e os princípios do SUS?<br /> <br /> Qual é a real intenção do Estado em extinguir o HDT?<br /> <br /> <img alt="" src="http://www.afnoticias.com.br/administracao/files/images/lei.jpg" style="width: 448px; height: 320px;" /></span></div>