Resultados das manifestações

Por Redação AF
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08/07/2013 09h16 - Atualizado há 5 anos
<div style="text-align: justify;"> <span style="font-size:14px;">Analistas das manifesta&ccedil;&otilde;es devem estar muito tristes pelos resultados obtidos at&eacute; aqui. Com cr&iacute;ticas gen&eacute;ricas chamavam a todos de v&acirc;ndalos. Os pr&oacute;prios manifestantes mostraram que os baderneiros nada tinham a ver com o Movimento, embora seja simpl&oacute;rio achar que todos os participantes das depreda&ccedil;&otilde;es sejam profissionais. A maioria &eacute; formada de pessoas comuns ati&ccedil;adas pela oportunidade de certa vingan&ccedil;a aos maus-tratos sofridos pelas autoridades.<br /> <br /> Mas o questionamento da falta de foco n&atilde;o serve mais. O movimento conseguiu reduzir o pre&ccedil;o das passagens, at&eacute; em cidades que n&atilde;o tinham aumentado. Um deputado condenado h&aacute; tr&ecirc;s anos foi para a cadeia, o projeto da &ldquo;cura-gay&rdquo; foi arquivado; uma proposta para tornar o voto aberto no Congresso j&aacute; foi aprovada em Comiss&otilde;es, desistiram de aumentar ped&aacute;gio em S&atilde;o Paulo e at&eacute; um helic&oacute;ptero foi vendido indevidamente, j&aacute; que deveria ser repassado para a Pol&iacute;cia Militar.<br /> <br /> Mesmo de forma a&ccedil;odada, a presidenta prop&ocirc;s a realiza&ccedil;&atilde;o de um plebiscito sobre a reforma pol&iacute;tica. Ainda que n&atilde;o seja de sua compet&ecirc;ncia, vale apenas pela iniciativa, j&aacute; que os pontos apresentados s&atilde;o de interesse exclusivo dela ou do Partido dos&nbsp;Trabalhadores.<br /> <br /> Qualquer proposta s&eacute;ria de reforma pol&iacute;tica, seja por qualquer meio, tem que trazer em primeiro lugar a extin&ccedil;&atilde;o do voto obrigat&oacute;rio. &Eacute; normal a estrat&eacute;gia matreira das nossas autoridades em n&atilde;o tocar nesse assunto. O sil&ecirc;ncio da imprensa, da Ordem dos Advogados do Brasil, da Confer&ecirc;ncia Nacional dos Bispos do Brasil, dos sindicatos e das institui&ccedil;&otilde;es em geral &eacute; absurdamente incompreens&iacute;vel. O Brasil ser&aacute; o &uacute;ltimo pa&iacute;s a acabar com a obrigatoriedade do voto, como foi com a Escravid&atilde;o.<br /> <br /> Neste momento se faz necess&aacute;rio uma defini&ccedil;&atilde;o de uma t&aacute;tica. Primeiro, especificar alguns pontos e trazer o povo para a rua para conquist&aacute;-los. Essa pauta precisa ter especifica&ccedil;&otilde;es de prefer&ecirc;ncias e prazos. Algumas de car&aacute;ter geral. Por exemplo, acabar com os recessos da Justi&ccedil;a e com julgamentos que ultrapassam d&eacute;cadas, &eacute; inconceb&iacute;vel que o Poder Judici&aacute;rio seja paralisado nos meses de janeiro e julho, uma vez que todos os magistrados t&ecirc;m f&eacute;rias regulares. Extinguir as aposentadorias privilegiadas de parlamentares e todas as mordomias que consomem milh&otilde;es dos brasileiros, inclusive os voos dos avi&otilde;es da FAB para cima e para abaixo com chefe de Poder at&eacute; para casamentos e anivers&aacute;rios das filhinhas dos seus colegas.<br /> <br /> No entanto, o ganho maior da popula&ccedil;&atilde;o foi a percep&ccedil;&atilde;o de que as autoridades s&atilde;o alcan&ccedil;&aacute;veis pelo povo. Com alguns exageros, quando querem mudan&ccedil;as municipais ocupam as c&acirc;maras de vereadores; se estaduais, as assembleias legislativas s&atilde;o tomadas e batem &agrave;s portas da C&acirc;mara dos Deputados e do Pal&aacute;cio do Planalto quando as reivindica&ccedil;&otilde;es s&atilde;o de &acirc;mbito federal. O povo provou e aprovou sua for&ccedil;a.<br /> <br /> Os passeios em avi&otilde;es da FAB pelos presidentes da C&acirc;mara e do Senado, do ministro Garibaldi Alves e at&eacute; de Joaquim Barbosa provaram que as autoridades viciadas em mordomias v&atilde;o continuar testando se foi um lampejo de movimento ou se foi pra valer. Esses avi&otilde;es deveriam ser para miss&otilde;es muito importantes e raras, n&atilde;o como transporte de casa para o trabalho.<br /> <br /> J&aacute; a grande manifesta&ccedil;&atilde;o deve ser planejada para o pr&oacute;ximo Sete de Setembro. Ser&aacute; o &ldquo;Dia D&rdquo; para a proclama&ccedil;&atilde;o de uma nova Independ&ecirc;ncia, talvez mais efetiva do que a primeira.<br /> Pedro Cardoso da Costa &ndash; Interlagos/SP<br /> &nbsp;&nbsp;&nbsp; Bacharel em direito</span></div>
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