<div style="text-align: justify;"> <span style="font-size:14px;">Em resposta aos protestos, o Senado aprovou o projeto que torna corrupção crime hediondo. Os parlamentares também derrubaram o voto secreto para cassação de mandatos de parlamentares. São projetos que estavam parados ou sofrendo resistência há anos no Congresso. O que trata de corrupção como crime hediondo, por exemplo, já havia sido rejeitado em comissões da Câmara.<br /> <br /> Agora que foi aprovado no Senado, o projeto, segundo o presidente da Câmara, deve ser votado o mais rápido possível pelos deputados. O projeto equipara corrupção a crimes como estupro, por exemplo. Crime hediondo é aquele tratado com mais rigor pela lei, e é inafiançável. A quarta-feira (26) foi mais um dia de trabalho intenso no Congresso<br /> <br /> Representantes dos movimentos populares entraram no Congresso. Foram para as galerias. Mas dessa vez tinham encontro marcado com os presidentes da Câmara e do Senado. Perceberam mudança na forma como foram recebidos.<br /> <br /> “O povo brasileiro está arrancando conquistas históricas. A Câmara não tinha o costume de nos receber com toda essa pompa que nos recebeu hoje”, declara o ativista de direitos humanos Rodolfo Mor.<br /> <br /> Nas duas casas, os parlamentares mais uma vez aceleraram os trabalhos. Na Câmara, foi criada a comissão especial que vai analisar a proposta de emenda à constituição que estabelece a ficha limpa para funcionários do poder executivo.<br /> <br /> E a Comissão de Constituição e Justiça, a CCJ, aprovou o fim do voto secreto em votações de perda de mandato, como nos de quebra de decoro parlamentar.<br /> <br /> “Nós queremos, se possível, até o início do recesso de julho, poder levar ao plenário a proposta do voto aberto para a cassação de mandato”, diz Henrique Eduardo Alves, presidente da Câmara.<br /> <br /> No Senado, o presidente da casa, Renan Calheiros, montou uma agenda com projetos que atendem parte das reivindicações dos movimentos nas ruas. Um deles já foi aprovado: o que inclui a corrupção na lista dos crimes hediondos. A proposta foi apresentada há dois anos e ficou parada na Comissão de Constituição de Justiça. Tinha o parecer do relator prontinho, não foi votada durante esse tempo. E acabou sendo levada direto para votação no plenário.<br /> <br /> Pela proposta, sete crimes passam a ser considerados hediondos. Entre eles, peculato, corrupção ativa e passiva. A pena mínima que é de dois anos para esses casos, passa a ser de quatro anos de prisão. A máxima continua sendo doze anos de reclusão. O projeto segue para Câmara.<br /> <br /> “Esse projeto é um dos instrumentos para que nós tenhamos uma sociedade que seja mais justa porque não é possível que você tenha um cidadão corrupto que não possa ser preso”, senador Pedro Taques (PDT-MT).<br /> <br /> “O Congresso é a representação do povo e tem que estar sintonizado verdadeiramente com as ruas”, declara o presidente do Senado, Renan Calheiros.<br /> <br /> O Senado quer apressar a votação do projeto do Passe Livre, que prevê transporte de graça para estudantes.</span></div>