Xambioá

Servidoras demitidas de hospital do Estado denunciam assédio eleitoral; MPE oficia PF para apurar

Prefeita de Xambioá negou qualquer interferência no Hospital Regional da cidade.

Por Conteúdo AF Notícias 791
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24/08/2024 11h07 - Atualizado há 11 horas
Hospital Regional de Xambioá

Notícias do Tocantins - Duas ex-servidoras do Hospital Regional de Xambioá procuraram o Ministério Público (MPE) para denunciar a suposta prática de assédio eleitoral visando favorecer o candidato a prefeito, Maike Câmara, que é apoiado pela atual prefeita da cidade, Patrícia Evelin.

Segundo consta no depoimento prestado à Promotoria de Justiça de Xambioá, as servidoras foram demitidas do serviço público, sem haver qualquer justificar plausível, em razão de não terem manifestado apoio ao candidato da base governista.

Uma das denunciantes disse que estava sofrendo assédio moral e perseguição política desde o início do mês de julho. Em um dos episódios, ela disse que fora abordada em frente ao hospital por um médico que é irmão do candidato a prefeito, dizendo que poderia perder seu emprego caso não votasse nele.

A ex-servidora disse que negou o apoio e, mesmo assim, o médico teria ido até a residência da mãe dela, para propor o mesmo acordo, ‘dizendo que o nome de sua filha estava em uma lista e caso não votasse em seu candidato, correria risco de ser exonerada’.

Ainda na declaração ao MPE, a ex-servidora contou que, na sequência, chegou o candidato Maike Câmara e o irmão da prefeita, Júnior Evelin, junto com outras pessoas, afirmando que o nome dela estava em uma lista contendo cerca de 10 pessoas que seriam exoneradas e, que a única forma de reverter a situação era se aliar a ele. E que quem estava por trás da lista de exonerações seria o Governo do Estado.

O candidato teria tentado lhe convencer por cerca de 20 minutos a apoiá-lo. Na denúncia, a ex-servidora conta que ouviu muitos relatos de funcionários de diversos setores que estão sendo coagidos pela direção da unidade, com insinuações e ameaças, para comparecem as reuniões do referido candidato ou seriam exonerados.

As ex-servidoras foram comunicadas sobre as demissões no dia 23 de julho, por meio de uma mensagem de texto no celular, enviada pelo RH da Secretaria Estadual da Saúde, sem nenhuma justificativa para o afastamento.

Providências adotadas pelo MPE

No dia 13 de agosto, o promotor de justiça Airton Amilcar Machado Momo proferiu despacho requisitando à Secretaria Estadual da Saúde informações e documentos sobre os motivos do desligamento das servidoras e marcou uma audiência para ouvir todos os citados na denúncia. As oitivas estavam marcadas para esta sexta-feira (23/8).

O Promotor também mandou oficiar a Delegacia de Polícia Federal requisitando a instauração de procedimento investigatório para apurar a suposta prática do delito previsto no art. 300 do Código Eleitoral: “Valer-se o servidor público da sua autoridade para coagir alguém a votar ou não votar em determinado candidato ou partido / Pena - detenção até seis meses e pagamento de 60 a 100 dias-multa”.

Prefeita nega qualquer interferência

Em nota, a prefeita Patrícia Evelin afirmou que as informações apresentadas, segundo ela, pela coligação e partidos adversários, tratam-se de fatos inverídicos e falaciosos.

“Enquanto prefeita de Xambioá, não tenho qualquer ingerência sobre a administração do Hospital Regional, a quem cabe exclusivamente ao Governo do Estado e à SESAU. É importante mencionar também que, durante os mais de 07 anos de mandato, jamais tive qualquer denúncia dessa natureza. Isso prova que essa ação é mais um movimento eleitoreiro da oposição, na tentativa de gerar um tumulto na eleição de Xambioá, e que não terá sucesso. Temos muita confiança na Justiça Eleitoral e nas Instituições”, destacou a prefeita.

A reportagem também entrou em contato com o candidato a prefeito Maike Câmara, mas ainda não obteve retorno.

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