Crime ocorreu em janeiro

MPE denuncia PM por homicídio qualificado contra jovem em Formoso do Araguaia

Por Agnaldo Araujo
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18/06/2018 15h30 - Atualizado há 5 anos
O Ministério Público Estadual (MPE) denunciou criminalmente o policial militar Leandro Marques de Castro por homicídio duplamente qualificado praticado contra o jovem Wilque Romano da Silva, de 19 anos. O caso ocorreu no dia 3 de janeiro de 2018, na cidade de Formoso do Araguaia, e teve grande repercussão em todo o Estado. Segundo a denúncia do MPE, o crime foi praticado quando um grupo da Força Tática realizava patrulhamento de rotina nas ruas de Formoso do Araguaia em uma viatura conduzida pelo Leandro de Castro. Os policiais se depararam com Wilque Romano em uma motocicleta e deram ordem de parada, que não foi atendida. Em seguida, o jovem foi atingido nas costas com tiros de uma pistola semiautomática de uso restrito e acabou morrendo. Para o MPE, o crime foi praticado por motivo fútil, pelo fato de o jovem apenas ter ignorado uma ordem de parada. O órgão também argumenta que os policiais utilizaram recurso que dificultou a defesa da vítima, tendo um vista que o crime foi praticado por um agente do Estado, em viatura oficial, acompanhado de outros policiais, em desfavor de um cidadão desarmado e que foi atingido pelas costas. Sustentação da denúncia Conforme o MPE, a denúncia contra Leandro Marques tem por elementos, entre outros, as contradições nos depoimentos dos policiais que participavam da ação de patrulhamento. Outros pontos são a não confirmação de álibi do denunciado (de que a sacola plástica que serviu para acondicionar os pertences da vítima teria sido entregue por um morador vizinho) e a ausência de impressões digitais do jovem em uma arma que foi supostamente encontrada ao lado do corpo dele. A conclusão da investigação sobre a suposta arma que estava com o jovem apontou que a cena do crime foi alterada. O revólver calibre 22 teria sido colocado ao lado do corpo de Wilque Romano para simular uma situação de legítima defesa por parte do policial. Com base na alteração da cena do crime, que teria participação de outros policiais militares, o MPE solicitou que a 29ª Promotoria de Justiça de Palmas seja informada para avaliar a prática de crime militar de fraude processual e considerar a possibilidade de ofertar denúncia contra os envolvidos. Sobre o homicídio duplamente qualificado, o MPE pede na denúncia que o julgamento ocorra em sessão do Tribunal do Júri.

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