Impasse

Famílias que serão despejadas de setor em Araguaína não conseguem reunião com Dimas

Os manifestantes estão com cartazes e pedem que o prefeito ajude a solucionar o impasse.

Por Márcia Costa 2.986
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29/10/2018 08h20 - Atualizado há 5 anos
Moradores pedem ajuda a Ronaldo Dimas

Uma ordem de despejo está tirando o sono de centenas de moradores do Setor Alto Bonito, em Araguaína. O prazo para desocupação é de até 60 dias, segundo informações de uma imobiliária que diz ser proprietária da área.

Na manhã desta segunda-feira (29), moradores fazem uma manifestação em frente à prefeitura para solicitar a intervenção do poder público. O ato teve início às 6h da manhã e não tem hora para terminar.

As famílias pedem que o prefeito Ronaldo Dimas tome providências como Chefe do Poder Executivo para evitar o despejo, que pode ocorrer a qualquer momento.

A disputa judicial do setor Alto Bonito começou ainda em 2002, quando o local era conhecido como Chácara Buriti. Uma imobiliária ganhou a disputa judicial em 2015 e não cabe mais recurso.

Desde então, várias audiências públicas foram realizadas na Câmara Municipal, mas o problema não foi resolvido.

MAIS DE 600 FAMÍLIAS

Segundo os moradores, cerca de 600 pessoas vivem no local e não têm para onde ir. Durante os últimos 15 anos, o poder público fez vários investimentos no local, como construção de creche, Unidade Básica de Saúde, pavimentação asfáltica, iluminação e rede de água.

As famílias criticam o prefeito Ronaldo Dimas por não ter feito nenhuma reunião com os moradores até o momento.

“Precisamos que o Prefeito nos receba e nos dê alguma resposta sobre o que está acontecendo. A gente conversa apenas com assessores, mas queremos ouvir dele o que será feito. São muitas famílias que não têm para onde ir. A prefeitura precisa fazer uma negociação com a imobiliária para evitar o despejo. Precisamos do apoio de todos, até do governador Mauro Carlesse”, disse o presidente de bairro, Caique Lima.

AVALIAÇÃO DOS IMÓVEIS

Outro problema é a avaliação dos imóveis com preço muito inferior ao que valem atualmente. As indenizações são baseadas no ano de 2002, quando havia pouca benfeitoria no local.

"A avaliação judicial diz que a minha casa vale 35 reais, como assim? O pior disso é que tenho filhos, minha irmã, que é cadeirante, mora comigo e não temos propriedade além dessa. Se me retirarem daqui, não tenho onde morar", lamentou Nailma dos Santos.

O OUTRO LADO

"A Prefeitura de Araguaína informa que já vem intermediando a negociação de 173 lotes para regularização da área ocupada no Setor Alto Bonito e disponibilizou aos ocupantes os serviços dos profissionais da Procuradoria-Geral do Município. 

Várias reuniões foram realizadas com os representantes da ocupação afim de ajudá-los no que fosse necessário, já que a negociação para pagamento deve ocorrer entre os interessados: proprietários e ocupantes. 

A orientação dada durante as reuniões pela Procuradoria e pelo secretário chefe de Gabinete do Município, Marcus Marcelo, é que os ocupantes procurem a Defensoria Pública. Por meio do órgão, serão realizadas audiências de conciliação em grupos de 10 ocupantes na Justiça Estadual, mais especificamente no Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc), próprio para demandas dessa natureza."

Faixa produzida pelos moradores
Crianças segurando faixas
Moradores em frente à prefeitura
Os moradores cobram uma solução do caso

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