Tocantins

Mulher conclui ensino médio dentro de unidade prisional no Tocantins

Por Agnaldo Araujo
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19/12/2016 17h00 - Atualizado há 5 anos
"Estou surpresa e realizada, porque parei de estudar com 12 anos e, até então, não tinha mais estudado. Após ter sido presa, retornei para a escola e conclui os estudos”, afirmou Kelle Silva Barbosa, reeducanda da Unidade Prisional Feminina de Palmas (UPF Palmas), que aos 24 anos formou-se no ensino médio, na extensão da Escola Estadual do Setor Sul, localizada dentro da unidade. O sonho de Kelle é fazer diferente: entrar na faculdade, sair da unidade prisional e voltar para o seio familiar. “Eu espero que a minha história sirva de exemplo para muitas pessoas lá fora, porque, atualmente, a educação anda muito difícil, muitas pessoas não conseguem o que eu consegui dentro do sistema prisional”, ressaltou Kelle fez o Enem de 2016 e espera ter tirado uma boa nota para ingressar em uma faculdade. Ela concluiu o ensino médio e terá que parar de estudar, porém gostaria muito que a Secretaria de Cidadania e Justiça (Sejicu) a inserisse em um programa voluntário para ajudar na alfabetização das reeducandas da UPF para continuar frequentando a escola. Segundo Zila Parra, diretora de extensão da Escola Estadual do Setor Sul da UPF, a formatura de Kelle é a realização de um sonho. “Essa formatura representa um marco dentro da UPF, um acontecimento que muitos, lá fora, não conseguem e ela pode ter essa oportunidade e muitas ainda terão”, comemorou. Maria Soares Maione, diretora da unidade, considera a educação muito importante dentro da unidade. “Cada pessoa que se forma, transforma-se em uma pessoa melhor. Tenho certeza que com cada uma estudando e se profissionalizando com os cursos que oferecemos aqui, elas sairão pessoas melhores e com grande comprometimento social”, ressaltou a diretora. Em 2016, ao todo, 38 reeducandas foram matriculadas na unidade, sendo 18 para cursar o ensino médio e fundamental e 18 transferidas para as unidades de semiliberdade do Estado ao longo do ano. Outras 16 reeducandas concluíram os estudos com êxito.

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