'Piratas do Caribe'

PF mira grupo que aliciava tocantinenses para entrada ilegal nos Estados Unidos

Por Agnaldo Araujo
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19/07/2018 10h50 - Atualizado há 5 anos
A Polícia Federal desarticulou o ramo internacional de uma organização criminosa composta por 'coiotes' responsáveis por promover a entrada ilegal de brasileiros nos Estados Unidos. A PF estima que o grupo movimentou mais de R$ 25 milhões nos últimos anos e enviava uma média anual de 150 adultos e 30 crianças aos EUA. Segundo revelou o jornal Folha de São Paulo, o grupo aliciava os brasileiros de diversos Estados, incluindo Minas Gerias, Rondônia, Tocantins e Goiás. Ainda segundo o jornal, as famílias que procuravam entrar nos Estados Unidos tinham que pagar de R$ 40 mil a R$ 100 mil por brasileiro ao grupo criminoso. No curso da investigação da PF, ainda foi constatado que diversos brasileiros transportados pelo grupo acabaram morrendo enquanto tentavam a travessia, inclusive com suspeita de homicídios. A ação da PF de Rondônia ocorreu nessa quarta-feira (18), contou com o apoio de sua representação na Interpol, e é a 3ª Fase da ‘Operação Piratas do Caribe’. Também possui a Cooperação Jurídica das Bahamas e dos Estados Unidos, contando com o apoio da ICE – U.S. Immigration and Customs Enforcement. Duas pessoas foram presas e três buscas foram realizadas no Brasil e no exterior. A operação também visa prender um dos maiores responsáveis pelo envio ilegal de crianças e adolescentes aos Estados Unidos na prática do esquema criminoso denominado “Cai Cai”. O esquema consiste em promover o ingresso de adultos ilegalmente nos Estados Unidos, acompanhados de crianças ou adolescentes, para que assim não sejam imediatamente deportados. A Operação Piratas do Caribe As investigações começaram a partir da notícia do desaparecimento de um brasileiro que teria tentado entrar ilegalmente nos Estados Unidos, com auxílio de “coiotes”, que intermediavam o transporte ilegal via Bahamas. Antes de sair do Brasil, os imigrantes ficavam em algumas cidades com aeroportos internacionais de fácil acesso, aguardando a ordem de embarque para as Bahamas, que ocorria quando um determinado agente de imigração daquele país facilitava a entrada dos brasileiros. Uma vez nas Bahamas, os imigrantes aguardavam por vários dias para tentar fazer a travessia de barco e, assim, ingressarem clandestinamente nos Estados Unidos. Além de todos os conhecidos riscos que envolvem a imigração ilegal para outros países, os “coiotes” escondiam os reais perigos envolvidos na travessia, como a passagem pela região do Triângulo da Bermudas, famosa pelo alto índice de tempestades, naufrágios e desaparecimento de embarcações e aeronaves.

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