Apesar do aumento no número de casos em 2024, o Brasil não registrou nenhuma morte por mpox este ano até o final de agosto.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) voltou a declarar a mpox como uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) em agosto de 2024. Essa decisão reflete a preocupação crescente com a disseminação global da doença, anteriormente conhecida como "varíola dos macacos", especialmente após a identificação de uma nova variante do vírus. No Brasil, o risco associado ao surto atual é considerado baixo, mas o país já notificou 1024 casos em 2024, entre confirmados, prováveis e suspeitos.
A OMS já havia declarado a mpox como uma emergência internacional em julho de 2022, quando a doença começou a se espalhar rapidamente em várias regiões do mundo. No entanto, a situação voltou a chamar atenção em 2024 devido ao surgimento de uma nova variante, conhecida como Clado 1b. Essa variante é mais transmissível e tem causado um aumento na mortalidade, principalmente em crianças na África Central. Apesar dessas preocupações, no Brasil, ainda não foi registrado nenhum caso dessa nova variante.
Desde o início de 2024, o Brasil registrou 1024 casos de mpox, distribuídos entre casos confirmados, prováveis e suspeitos. A maior parte desses casos foi registrada na região Sudeste, que concentra 81,6% do total, com destaque para o estado de São Paulo, que sozinho responde por 430 casos (51,5%). Além de São Paulo, outros estados que têm se destacado pelo número de casos são Rio de Janeiro, com 194 (23,2%), Minas Gerais, com 50 (6%) e Bahia, com 35 (4,2%).
Apesar do número expressivo de casos na região Sudeste, alguns estados brasileiros, como Roraima, Amapá, Tocantins, Maranhão e Piauí, não reportaram nenhum caso confirmado ou provável de mpox em 2024. A distribuição desigual da doença pelo país reflete não apenas fatores geográficos, mas também diferenças nas capacidades de vigilância e diagnóstico.
Entre as cidades brasileiras, São Paulo lidera com 322 casos, o que representa 38,5% do total nacional. Em seguida, vêm Rio de Janeiro, com 177 casos (21,2%), Belo Horizonte, com 43 casos (5,1%), Salvador, com 30 casos (3,6%), e Brasília, com 17 casos (2%). Esses dados mostram uma concentração significativa de casos em grandes centros urbanos, onde a densidade populacional e as dinâmicas de mobilidade podem facilitar a disseminação do vírus.
No momento, São Paulo também concentra a maior parte dos casos suspeitos de mpox no país, com 73 dos 188 casos ainda em investigação. Isso reforça a necessidade contínua de monitoramento e prevenção, especialmente em áreas mais afetadas.
Apesar do aumento no número de casos em 2024, o Brasil não registrou nenhuma morte por mpox este ano até o final de agosto. O último óbito pela doença no país ocorreu em abril de 2023. Durante o pico da epidemia em 2022, foram registradas 14 mortes, enquanto em 2023 esse número caiu para dois óbitos. Esses dados sugerem uma melhora na resposta à doença e no tratamento dos casos graves, mas a vigilância contínua é essencial para prevenir novas mortes.
A situação da mpox no Brasil em 2024, embora sob controle em comparação a anos anteriores, ainda exige atenção. A reclassificação da doença como uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional pela OMS deve ser um alerta para reforçar as medidas de prevenção, diagnóstico e tratamento em todo o país. A distribuição desigual dos casos entre as regiões e cidades brasileiras também destaca a importância de políticas de saúde pública adaptadas às realidades locais.
Fonte: G1