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Fabricantes de tanques, submarinos, embarcações, aeronaves de caça e sistemas de mísseis e radares estariam entre os alvos.
Hackers da Coreia do Norte fizeram uma campanha global de espionagem cibernética para tentar roubar segredos militares confidenciais para dar suporte ao programa de armas nucleares proibido do país asiático, disseram os Estados Unidos, o Reino Unido e a Coreia do Sul em um comunicado conjunto nesta quinta-feira (25).
Os hackers, apelidados de Anadriel ou APT45 por pesquisadores de segurança cibernética, tiveram como alvo ou violaram sistemas de uma ampla variedade de empresas de defesa ou engenharia, incluindo fabricantes de tanques, submarinos, embarcações, aeronaves de caça e sistemas de mísseis e radares, segundo a nota.
“As agências acreditam que o grupo e as técnicas cibernéticas continuam sendo uma ameaça contínua a vários setores da indústria em todo o mundo, incluindo, mas não se limitando a, entidades em seus respectivos países, bem como no Japão e na Índia”, destacaram.
A nota foi assinada pelo FBI, a agência de inteligência dos EUA, a Agência de Segurança Nacional dos EUA e agências cibernéticas, o Centro Nacional de Segurança Cibernética (NCSC) do Reino Unido e o Serviço Nacional de Inteligência da Coreia do Sul.
“A operação global de espionagem cibernética que expusemos hoje mostra até onde os atores patrocinados pelo estado da RPDC [Coreia do Norte] estão dispostos a ir para prosseguir com seus programas militares e nucleares”, disse Paul Chichester no NCSC, órgão que faz parte da agência britânica de espionagem GCHQ.
A Coreia do Norte, isolada internacionalmente, ou a República Popular Democrática da Coreia (RPDC), tem um longo histórico de uso de equipes secretas de hackers para roubar informações militares confidenciais.
Em agosto do ano passado, a Reuters relatou exclusivamente que um grupo de elite de hackers norte-coreanos havia violado com sucesso os sistemas da NPO Mashinostroyeniya, um escritório de design de foguetes sediado em Reutov, uma pequena cidade nos arredores de Moscou.
Como foi o caso daquele hack, o APT45 – uma parte da agência de inteligência Gabinete Geral de Reconhecimento da Coreia do Norte – usou técnicas comuns de “phishing” e explorações de computador para enganar funcionários das empresas para que dessem acesso aos seus sistemas internos de computador, comentou o comunicado desta quinta-feira.
Os ataques cibernéticos realizados pelo APT45 mostram um elevado nível de sofisticação, utilizando técnicas avançadas de phishing e exploração de vulnerabilidades em sistemas de defesa. Essas ações não são apenas uma ameaça à segurança nacional dos países visados, mas também à estabilidade global, visto que os segredos militares roubados podem ser usados para fortalecer o programa nuclear da Coreia do Norte.
Entre os principais alvos dos hackers norte-coreanos estão fabricantes de tanques, submarinos, embarcações, aeronaves de caça e sistemas de mísseis e radares. Esses componentes são essenciais para a defesa militar de qualquer nação, e o acesso a essas informações pode proporcionar uma vantagem estratégica significativa para a Coreia do Norte.
A revelação desses ataques cibernéticos coordenados sublinha a crescente ameaça que a espionagem cibernética representa para a segurança internacional. A Coreia do Norte, através do APT45, não só demonstra suas capacidades avançadas em ciberespionagem, mas também sua determinação em alcançar seus objetivos militares e nucleares, apesar das sanções e do isolamento internacional.
Essas atividades cibernéticas não só minam a segurança dos países diretamente afetados, como também elevam as tensões geopolíticas, especialmente entre as nações envolvidas no comunicado conjunto – Estados Unidos, Reino Unido e Coreia do Sul. A cooperação internacional para combater essas ameaças se torna, portanto, crucial para a manutenção da paz e da segurança global.
Os esforços contínuos da Coreia do Norte em espionagem cibernética para sustentar seu programa nuclear proibido levantam questões críticas sobre a eficácia das medidas de segurança cibernética globais. É imperativo que as nações fortaleçam suas defesas cibernéticas e colaborem estreitamente para detectar e neutralizar tais ameaças.
A revelação desses ataques deve servir como um alerta para a comunidade internacional sobre a importância de estar sempre um passo à frente das ameaças cibernéticas emergentes. A segurança dos sistemas de defesa e a proteção das informações confidenciais são fundamentais para garantir a estabilidade e a paz mundial.
Fonte: CNN