Embora tenha uma previsão de chuva para sexta-feira, não há garantias de que o problema será totalmente resolvido.
A fumaça das queimadas na Amazônia e no Pantanal vem impactando diretamente a paisagem de Florianópolis, e o cenário é visível para quem circula pela capital catarinense. Nos últimos dias, o nascer e o pôr do sol foram alterados, apresentando tons avermelhados que impressionam, mas também preocupam. A visibilidade reduziu significativamente em algumas regiões, afetando o cotidiano dos moradores e trazendo à tona questões relacionadas à qualidade do ar.
A paisagem de Florianópolis está sendo modificada não apenas pela fumaça das queimadas que viaja desde a Amazônia e o Pantanal, mas também pela presença de nevoeiros marítimos que ocorrem na região. Essa combinação é resultado da atuação de uma massa de ar quente que atinge o litoral catarinense, contribuindo ainda mais para a baixa visibilidade. Enquanto a fumaça pode tornar o horizonte indistinto e nebuloso, os nevoeiros reforçam essa sensação de enclausuramento na cidade.
Segundo dados divulgados pelo site suíço IQAir na última quarta-feira (11), a qualidade do ar em Florianópolis foi prejudicada drasticamente. A poluição registrada está até 10 vezes acima do nível considerado normal. Esses níveis preocupantes podem gerar uma série de problemas de saúde, especialmente para os mais vulneráveis. Ardência nos olhos, garganta seca e o agravamento de problemas respiratórios são apenas alguns dos sintomas que podem surgir devido à presença da fumaça. Aqueles com condições pré-existentes, como asma, sofrem ainda mais com a situação atual.
A boa notícia é que a situação pode melhorar ainda nesta semana. Meteorologistas da Epagri/Ciram preveem que a chegada de uma frente fria na próxima sexta-feira (13) trará chuvas ao estado. Essa mudança climática deve ajudar a dissipar a fumaça e melhorar a qualidade do ar em Florianópolis e nas demais regiões afetadas. No entanto, é importante destacar que essa melhora pode ser temporária. A Defesa Civil de Santa Catarina alerta que, enquanto as queimadas continuarem em larga escala na Amazônia e no Pantanal, a poluição atmosférica pode persistir a longo prazo.
Embora a previsão de chuva para a sexta-feira sugira uma possível dispersão da fumaça, não há garantias de que o problema será totalmente resolvido. Além da massa de ar quente que contribui para a concentração da fumaça no estado, a continuidade das queimadas no norte do país representa uma ameaça constante. Meteorologistas indicam que, mesmo com a chuva, a situação do ar só melhorará de forma significativa quando houver controle das queimadas ou com a chegada da estação chuvosa, esperada entre a primavera e o verão.
As fotos que mostram o "antes e depois" da paisagem de Florianópolis com a chegada da fumaça geram reflexões importantes. Enquanto muitos observam as mudanças no céu da cidade como um fenômeno natural, outros entendem que essas alterações são um alerta para a gravidade das queimadas no Brasil. Até quando teremos que lidar com a poluição atmosférica trazida por incêndios florestais em larga escala? E o mais preocupante: como essa situação pode impactar a saúde e o bem-estar da população a longo prazo?
Embora uma melhora momentânea possa ocorrer com a chegada da chuva, especialistas advertem que o problema da fumaça só será totalmente resolvido quando as queimadas forem controladas. A previsão para os próximos meses ainda é incerta, e a volta das chuvas regulares entre a primavera e o verão pode ser o único alívio para a qualidade do ar. Até lá, a população de Florianópolis, assim como de outras regiões afetadas, precisa estar preparada para enfrentar os desafios impostos por essa poluição contínua.