O engraxate é bastante conhecido pelos empresários no Setor Entroncamento.
Paulo de Tárcio Araújo, de 18 anos, trabalha como engraxate há cerca de oito meses em Araguaína. Ele aprendeu a profissão aos oito anos de idade para ajudar a família.
Morador da cidade de Darcinópolis, Paulo viu a necessidade de percorrer todos os dias 160 km, ida e volta, até a segunda maior cidade do Tocantins para garantir mais clientes.
A rotina do engraxate começa nas primeiras horas da manhã em Darcinópolis. Ele pega sua pequena caixa de madeira onde põe o material de trabalho, coloca nos ombros e enfrenta seu primeiro desafio: conseguir alguma carona na BR-226 com destino a Araguaína.
A concorrência não é problema para o jovem, maior prova de que a profissão resiste ao tempo. Ele não concluiu o ensino fundamental, sofre de epilepsia e não teve muitas oportunidades na vida.
"Comecei a trabalhar cedo para ajudar minha mãe. Emprego está muito difícil. Sempre trabalhei na minha cidade e vi que o mercado em Araguaína é melhor do que lá. Então não pensei duas vezes e venho todos os dias para cá", disse.
O engraxate é bastante conhecido pelos empresários no Setor Entroncamento. Cabisbaixo, trabalha em silêncio, mas com dedicação. Paulo ganha 5 reais por cada sapato engraxado e, às vezes, consegue engraxar até 20 sapatos por dia.
O trabalho do jovem engraxate chama a atenção, principalmente pela profissão ser pouco reconhecida.
“A força de vontade é impressionante. Que Deus dê condição para ele progredir, que não seja apenas um engraxate, mas quer irá abrir seu próprio negócio, se tornar um empreendedor. É jovem e ainda tem muita coisa pela frente”, afirmou, Diego Mascarenhas, engenheiro agrônomo e cliente de Paulo.