Chanceleres de Brasil, México e Colômbia estão considerando uma visita a Caracas nos próximos dias.
Lula discute sobre Venezuela com presidente do Chile nesta segunda (5). A situação política na Venezuela continua a gerar preocupação internacional uma semana após a proclamação de Nicolas Maduro como vencedor das eleições presidenciais. Mesmo após a vitória anunciada, as atas de votação ainda não foram divulgadas, deixando o clima tenso nas ruas de Caracas.
O presidente Lula chegou a Santiago no domingo (4), acompanhado de dez ministros, para a assinatura de acordos bilaterais com o Chile. No entanto, o tema central do encontro com o presidente chileno, Gabriel Boric, será a crise venezuelana. A comunidade internacional está de olho no desenrolar dos eventos, especialmente após a expulsão de diplomatas chilenos e de outros seis países da Venezuela. Estes países questionaram a legitimidade do processo eleitoral que deu vitória a Nicolás Maduro.
Até o momento, o Brasil não reconheceu nem refutou o resultado das eleições venezuelanas, aguardando a divulgação das atas de votação para tomar uma posição oficial. Com o aumento da tensão na Venezuela, militares brasileiros estão de prontidão para reforçar a segurança das embaixadas do Brasil, Argentina e Peru em Caracas. Em entrevista à revista Veja, o ministro da Defesa, José Múcio, afirmou que há um aparato preparado, caso seja necessário ajudar os embaixadores.
A União Europeia, em comunicado divulgado no domingo, declarou que não reconhece os resultados das eleições venezuelanas, aceitando a veracidade das atas publicadas pela oposição liderada por María Corina Machado. Segundo essas atas, o candidato opositor Edmundo González seria o verdadeiro vencedor por uma maioria significativa.
A crise na Venezuela tem levado a inúmeros protestos contra os resultados oficiais, resultando em mais de mil prisões, incluindo líderes da oposição, e ao menos 11 civis mortos, embora organizações de defesa dos direitos humanos afirmem que o número de vítimas chega a 20. Alguns países, como Estados Unidos, Peru, Equador, Panamá, Uruguai, Guatemala e Costa Rica, já reconheceram a vitória de Edmundo González.
Chanceleres de Brasil, México e Colômbia estão considerando uma visita a Caracas nos próximos dias para tentar negociar uma saída para a crise política na Venezuela. A líder da oposição, Maria Corina Machado, em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, agradeceu ao governo Lula por exigir a divulgação das atas de votação e criticou a repressão imposta pelo governo Maduro desde a eleição.
A situação na Venezuela é complexa e multifacetada, envolvendo questões de legitimidade eleitoral, direitos humanos e estabilidade regional. A posição do Brasil e de outros países latino-americanos será crucial para a busca de uma solução pacífica para a crise. O desenvolvimento dos eventos nos próximos dias pode ser determinante para o futuro político da Venezuela e para as relações diplomáticas na América Latina.
Fonte: CBN