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Pedro Cardoso reclama de homenagens e diz que Silvio Santos e Delfim Netto são 'abusadores do Brasil'

Em uma publicação no Instagram, o ator chamou ambos de “abusadores do Brasil”.

Por Nicole Almeida
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21/08/2024 08h38 - Atualizado há 3 horas
Pedro Cardoso reclama de homenagens e diz que Silvio Santos e Delfim Netto são 'abusadores do Brasil

Pedro Cardoso, famoso por sua interpretação de Agostinho Carrara em “A Grande Família”, reacendeu o debate político nas redes sociais com declarações contundentes sobre as recentes homenagens a Delfim Netto e Silvio Santos. Em uma publicação no Instagram, o ator chamou ambos de “abusadores do Brasil” e afirmou que eles foram coniventes com a ditadura militar. A fala de Cardoso não passou despercebida, gerando uma série de discussões sobre o papel histórico dessas figuras na política e na mídia brasileiras.

O passado polêmico de Delfim Netto e Silvio Santos

Pedro Cardoso iniciou seu discurso afirmando que tanto Delfim Netto quanto Silvio Santos tiveram envolvimento direto com o regime militar. Delfim Netto, que morreu no dia 12 de agosto, foi Ministro da Fazenda durante grande parte da ditadura, sendo responsável por diversas políticas econômicas implementadas no período. Já Silvio Santos, falecido no último sábado, era conhecido por sua postura amigável com todos os governos, incluindo a ditadura militar, e por promover mensagens patrióticas em sua emissora, o SBT.

Cardoso questiona a legitimidade das homenagens prestadas aos dois, ressaltando que suas trajetórias profissionais foram moldadas por suas colaborações com o regime opressor. “Eu nada teria a dizer sobre eles. Suas atuações públicas dizem antes; são degradantes. Os dois serviram à ditadura militar torturadora de 1961, 1964, 1968. A ditadura que assassinou pessoas que a ela se opunham, como todas as ditaduras o fazem”, afirmou o ator.

A hipocrisia das homenagens

Ao criticar as homenagens póstumas, Pedro Cardoso também apontou o dedo para aqueles que defendem a democracia, mas ao mesmo tempo exaltam figuras que, segundo ele, contribuíram para a manutenção da ditadura militar no Brasil. Segundo o ator, a aclamação de Delfim Netto e Silvio Santos, mesmo após suas mortes, é um exemplo claro da “hipocrisia” daqueles que buscam agradar os ricos e poderosos.

“Sinto o peso da gigantesca hipocrisia dos que desejam enriquecer agradando aos que já são ricos. A verdade tem que ser dita. Silvio e Delfim foram empregados da ditadura militar. Enriqueceram porque serviram a ela; e jamais por conta de possuírem dotes intelectuais excepcionais”, continuou Cardoso em sua publicação.

Reflexões sobre a memória coletiva

A crítica de Pedro Cardoso levanta questões importantes sobre como figuras públicas são lembradas após suas mortes. Devemos honrar todos aqueles que alcançaram sucesso, independentemente do contexto histórico em que estavam inseridos? A colaboração com regimes opressores pode ser ignorada em favor de suas contribuições em outras áreas, como economia ou entretenimento?

Essas são questões que o público deve se perguntar ao refletir sobre as palavras de Pedro Cardoso. Embora o respeito pelas famílias dos falecidos seja necessário, é igualmente vital que a memória coletiva de uma nação não apague as partes mais sombrias de sua história.

Silvio Santos e Delfim Netto: legados complexos

Enquanto Delfim Netto será sempre lembrado como o arquiteto da economia durante um dos períodos mais polêmicos da história do Brasil, Silvio Santos deixou um legado como um dos maiores apresentadores de televisão do país. No entanto, Pedro Cardoso nos lembra que ambos têm trajetórias entrelaçadas com um regime ditatorial que reprimiu e silenciou aqueles que se opunham.

A complexidade desses legados deve ser analisada com atenção. A fala de Pedro Cardoso desafia o público a reconsiderar o papel dessas figuras na história, não apenas pelo que conquistaram, mas também pelos métodos e contextos em que alcançaram o sucesso.

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