<div style="text-align: justify;"> <span style="font-size: 14px;">O senador Ataídes Oliveira voltou a questionar, ontem (18) no final da tarde, no Plenário do Senado, o funcionamento das entidades do Sistema S, que segundo o senador "não são trasnparentes na arrecadação, na aplicação e não ajudam no combate da desigualdade regional do país". Desta vez, Ataídes cobrou dos dirigentes do Sistema mudança na política de cobrança dos cursos "que deveriam ser gratuítos", defende Ataídes.</span><br /> <br /> <span style="font-size:14px;">De acordo com o parlamentar, mesmo recebendo recursos públicos que devem chegar este ano a R$ 18 bilhões, originados de de contribuições sociais compulsórias (tributos) e repasses do governo federal, as entidades do Sistema S têm oferecido poucos cursos gratuitos, desviando-se assim da finalidade original para que foi criado. Ao contrário do previsto na legislação de criação destas entidades, especialmente o SESI, SENAI, SENAR, SENAT e SEBRAE têm cobrado valores exorbitantes a trabalhadores em cursos de capacitação profissional, reagiu novamente o senador Ataídes.<br /> <br /> <u><strong>Curso de cabelereiro por R$ 1.680,00</strong></u><br /> <br /> - O Sistema S foi criado para promover formação profissional gratuita, levar lazer e saúde. Com arrecadação anual de bilhões de reais em dinheiro público, não é justo, não é legal, não é ético e nem moral que se cobrem valores exorbitantes a trabalhadores pobres por cursos que deveriam ser oferecidos gratuitamente - disse. Apenas o SESI, em 2010, teve um faturamento de cerca de R$ 788 milhões com prestação de serviços, dentre os quais, principalmente a promoção de cursos profissionalizantes.<br /> <br /> Da tribuna do Senado, Ataídes Oliveira apontou os preços cobrados pelo Sistema S por alguns cursos, tais como o de cabeleireiro, ministrado pelo Senac em Tocantis, no valor de R$ 1.680,00; o de técnico de informática pelo Senac no Distrito Federal no valor de R$ 5.240,00; ou ainda o de cozinheiro-chefe internacional, pelo Senac/SP ao custo de R$ 22.764,00. "Quase o preço de um MBA", reagiu o senador.<br /> <br /> <u><strong>Projeto de Lei do Sistema S</strong></u><br /> <br /> Além da questão da gratuidade dos cursos, o senador apontou a falta de transparência nas demonstrações contábeis do Sistema S e outras aspéctos incluídos em seu livro "Caixa Preta do Sistema S" e fez um apelo aos órgãos de fiscalização - Tribunal de Contas da União, Receita Federal e Controladoria Geral da União - para que sejam mais exigentes na fiscalização e auditorias das entidades do Sistema S. O parlamentar pediu ainda apoio aos seus colegas senadores para a aprovação do Projeto de Lei do Senado (PLS) 72/2013, de sua autoria, que propõe mudanças nas regras de funcionamento ao Sistema S, criando uma "norma geral" para o Sistema.</span></div>