<div style="text-align: justify;"> <span style="font-size:14px;"><u><strong>Da Redação</strong></u><br /> <br /> As denúncias de que o Estado está investindo dinheiro público na contratação de shows particular ganhou novas proporções recentemente com a declaração de que a secretária devolverá os recursos aos cofres públicos. Já em Araguaína, as autoridades preferem manter o silêncio ao invés de questionar porque a prefeitura pagou R$ 345 mil em um show em agosto de 2009. O ‘investimento’ até se justificaria se os organizadores do evento não tivessem cobrado pelo ingresso, sendo que além do dinheiro, o show utilizou o estacionamento do Mirandão, ou seja, patrimônio público também.<br /> <br /> Outro fator agravante é que não se sabe quem foi, ou foram, os beneficiários deste patrocínio público e quais interesses alimentaram esse contrato. Além do mais, se houve lucro, não se sabem quem o recebeu. Portanto, são muitas perguntas ainda sem repostas.<br /> <br /> Enquanto isso, no Governo do Estado um pagamento de R$ 7,8 mil a show particular foi cancelado e outro de R$ 2,5 mil, que já havia sido pago à dupla, será devolvido aos cofres públicos com correções pela presidente da Fundação Cultural, Kátia Rocha. Esses recursos estaduais estavam patrocinando festas particulares na Pousada Encontro das Àguas, pertencente aos familiares do presidente do Tribunal de Contas do Estado, Wagner Paxedes. <br /> <br /> O secretário Eduardo Siqueira Campos reconheceu que esse tipo de investimento é imoral, ainda que fosse legal. "Pode ser um real, pode ser R$ 2.500,00, despesa na alçada de decisão do gestor. Mantenho minha discordância, ainda que fosse legal, não é moral", disse ele.<br /> <br /> Segundo Eduardo, pelo valor da despesa, o gestor tem autonomia para fazer o gasto, sem que o governo tenha conhecimento, mas garantiu: "devolução corrigida garantida".<br /> <br /> <u><strong>Comparativos</strong></u><br /> <br /> A soma dos dois valores em evidência no Estado, totalizando R$ 10,3 mil, representa apenas 2,9% do dinheiro que foi gasto em Araguaína no show. Mesmo assim, as autoridades que tem a obrigação de fiscalizar a aplicação do dinheiro público sequer questionam o paradeiro dos R$ 345 mil.<br /> <br /> Destaque-se que o montante gasto é suficiente para construir uma praça ou até mesmo uma creche para atender alunos em fase de pré-escola.<br /> <br /> <strong><u>O acesso à informação</u></strong><br /> <br /> Mesmo existindo todo um aparato de leis que garantem o acesso à informação pública, cita-se a Lei de Acesso à Informação e o Princípio da Publicidade consagrado na Constituição Federal, o beneficiário deste contrato ainda é um mistério. A prefeitura de Araguaína se recusou a informar quem foi o contratado alegando que isso poderia trazer prejuízos à sua imagem.</span></div>