Não raramente profissionais de imprensa se veem impedidos de realizarem seu trabalho. Em muitos casos, são inclusive vítimas de abusos praticados por pessoas despreparadas para atuarem no convívio social.
No último dia 14 de julho, a festa dos 152 anos de emancipação política e 275 anos de história de Porto Nacional tinha tudo para ser um grande evento, ao som de Paula Fernandes, para ficar na história, se não fosse a atuação desastrosa da equipe de seguranças que retirou à força uma jornalista que queria apenas fazer seu trabalho.
Conforme relatou a jornalista Lorena Ferro, do Jornal O2, a agressão “injusta” ocorreu na entrada do camarim da cantora. “Estava no exercício do meu trabalho, com a missão de reportar o show na cidade, evento público, quando cheguei acompanhada dos integrantes da banda de Paula Fernandes deparei-me com humilhação, enfim, assédio moral”, relatou.
A jornalista disse ainda que jamais esperava tal atitude partindo dos ‘seguranças’ e que se sentiu humilhada, agredida e coagida no exercício da profissão. “Sinceramente, muitos desses seguranças aproveitam. Isso tem ocorrido muito, acho que pela falta de manifestação”, afirmou Lorena Ferro.
Segundo Lorena, após o episódio, o prefeito Otoniel Andrade culpou a equipe de produção da cantora Paula Fernandes pela restrição de sua entrada.
Produção nega acusação
Em resposta à acusação do prefeito, a produção da cantora Paula Fernandes disse que não tem restrições com nenhum veículo de comunicação e que o acesso ao camarim e credenciamento à imprensa são feitos pela produção local do show, no caso a Prefeitura de Porto Nacional. “Se houve restrição não foi da nossa parte. Procuramos atender todas as demandas e estamos sempre à disposição”, respondeu Silvia Comenero.
Prefeitura rebate
O AF Notícias falou por telefone com o Secretário de Comunicação de Porto Nacional, Edvaldo Rodrigues, que negou as causações. Segundo ele, foram encaminhados e-mails com orientações à imprensa de todo o Estado para credenciamento dos veículos. No entanto, na relação entregue à produção da cantora não constava o nome da jornalista Lorena Ferro, por não ter efetuado o credenciamento.
O secretário informou ainda que todos os veículos, previamente credenciados, tiveram acesso ao camarim e fizeram seu trabalho. “Não teve cerceamento de trabalho”, disse.
Edvaldo Rodrigues acrescentou que o Jornal O2 nem circula na cidade. “O jornal dela não circula na cidade. Só se for na Lua”, ironizou.
Boletim de Ocorrência
Um BO foi registrado na Delegacia de Plantão de Porto Nacional no último dia 17. Nele, a vítima identifica o segurança como “Júnior” e relata ainda que foi jogada ao chão por duas vezes. A jornalista diz ter sido informada que não poderia ficar naquele local e que o segurança apenas cumpria ordens.
No Boletim, a jornalista supõe que sua retirada, de forma truculenta, tenha sido a mando do Secretário de Comunicação, Edivaldo Rodrigues. Segundo Lorena Ferro, antes do show o secretário não tinha lhe atendido e nem realizado seu credenciamento.