Puxadinho milionário na Câmara: o custo do desperdício de dinheiro público e dos interesses particulares

Por Redação AF
10/08/2013 10h47 - Atualizado há 5 anos

<div style="text-align: justify;"> Arnaldo Filho Opinião A Ordem dos Advogados do Brasil, Subseção de Araguaína, lançou recentemente um movimento denominado “Fórum Já, Puxadinho Não!”. A razão é simples: sendo um novo Fórum ele já será construído adequando-se à demanda do município, em espaço amplo. Isso evitará que se desperdice o escasso dinheiro público fazendo remendos e puxadinhos em prédios antigos, precário, sem estrutura e que, no final, não resolverá o problema. Diferentemente disso, no Poder Legislativo de Araguaína, destaque-se na “histórica legislatura” de 2008 a 2012, os vereadores optaram por fazer “puxadinho” e investir quase R$ 1,9 milhão na reforma e ampliação de um prédio que não atende mais a necessidade, em local impróprio, sem estacionamento e na esquina de uma das avenidas mais movimentadas da cidade. Resultado: desperdício total de dinheiro público na ampliação de prédio que ainda será provisório. Já a construção demorou não menos do que um ano, de julho de 2012 a julho de 2013. O valor primitivo do contrato era de R$1.196.951,88, foi acrescido por um 2º contrato de R$ 420.392,46 e um aditivo de R$270 mil para finalização da “obrinha”. O Legislativo que, nas palavras do promotor que mais combateu a corrupção [Alzemiro Freitas], “silenciou-se” diante da farra que Araguaína vivenciou com o dinheiro público, também mostrou que foi incapaz de enxergar o futuro, deixando que interesses meramente pessoais falassem mais alto. Confesso que não me resta outro sentimento a não ser o de indignação todas as vezes que observo esse prédio. Pior ainda quando analiso o gasto irresponsável do dinheiro público. Razões como estas nos fazem pensar se realmente precisamos da figura do vereador para “fiscalizar” o Executivo. De fato essa fiscalização tem sido mera ficção do jogo onde a “cumplicidade” é sua maior virtude. Prova disso, a Ação do Ministério Público denunciando a nomeação de servidor fantasma na prefeitura para pagar dívida pessoal de um parlamentar. Mais proezas O “memorável Legislativo” merece realmente ser histórico, pois além de consentir no desperdício da verba pública, silenciou-se perante a farra do Executivo, aprovou um aumento de 54% nos próprios salários e ainda o acréscimo de 6 vagas no número de vereadores. Para ilustrar matematicamente o quantum dessa omissão e falta de planejamento, vejamos:  “Silenciar-se” perante a farra do Executivo – CUSTO: R$ 40 milhões em Ações do Ministério Público Estadual Aumento de 54% nos salários [com os 17 vereadores] – CUSTO: aumento de R$ 734,4 mil por ano na folha de pagamento. Acréscimo de 6 vagas para vereador – CUSTO:  R$ 691,2 mil por ano na folha Verba indenizatória dos novos parlamentares – CUSTO: R$ 576 mil por ano. Puxadinho na Câmara – CUSTO: R$ 1,9 milhão apenas na reforma e ampliação Móveis, decoração, conforto e elegância da Câmara: CUSTO: valor ainda não divulgado. Independência do Legislativo Apesar de 5 dos “memoráveis vereadores” terem sido reeleitos, analistas políticos afirmam que essa atual composição da Câmara, com 12 novos parlamentares, tem a oportunidade de limpar o nome do Legislativo araguainense, ou ser pior que os anteriores, caso não honrem com a função que exercem. A independência não pode, e nem deve, ser presenciada apenas no campo da retórica.  Com subsídios mensais de R$ 9,6 mil mais verba indenizatória de R$ 8 mil, o custo anual de um parlamentar é de R$ 211,2 mil.  O valor não é suficiente para que a independência exista de fato? O líder político <img alt="" src="http://www.afnoticias.com.br/administracao/files/images/camara%20nova.jpg" style="width: 350px; height: 200px; border-width: 0px; border-style: solid; margin-left: 5px; margin-right: 5px; float: left;" />O líder político precisa ser flexível, não apenas para ceder, mas para ter pulso firme para tomar decisões mesmo impopulares, momentaneamente, para se evitar desperdícios de dinheiro público. Conforme noticiado,  a opção por reformar o prédio antigo da Câmara veio somente após divergências dos vereadores em relação ao local onde deveria ser construído um novo prédio. Embora houvesse um 'acordo de cavalheiros' em relação ao local, no momento da decisão final alguns se mostraram resignados em privilegiar determinado loteamento. Não seria esta uma situação onde o líder precisaria ser mais impositivo, resguardando o planejamento, a probidade e o interesse público? E até mesmo dizendo não ao desperdício de verba público? Inauguração Mesmo sem ter muito que comemorar em relação à reforma e ampliação do “puxadinho milionário”, nesta segunda-feira (12) a população está convidada a prestigiar a solenidade de inauguração do prédio do Poder Legislativo de Araguaína.</div>

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