Associação doava carnes à prefeitura como 'pagamento' pelo uso do Matadouro Municipal

Por Redação AF
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22/08/2013 09h24 - Atualizado há 5 anos
<div style="text-align: justify;"> <span style="font-size:14px;"><u>Da Reda&ccedil;&atilde;o</u><br /> <br /> O presidente da Assocarne, Jos&eacute; Nilton de Oliveira (Baiano), fez uma revela&ccedil;&atilde;o, de forma &quot;inocente&quot;, mas que esclarece como sua associa&ccedil;&atilde;o passou 14 anos administrando o Matadouro P&uacute;blico Municipal [Frogor&iacute;fico Assocarne] sem nenhuma autoriza&ccedil;&atilde;o da Prefeitura de Aragua&iacute;na.<br /> <br /> O Frigor&iacute;fico fica localizado &agrave;s margens da rodovia estadual TO-222, no Setor Barra da Grota.&nbsp;<br /> &nbsp;<br /> <u><strong>Farra das carnes</strong></u><br /> <br /> Ao ser questionado por vereadores na sess&atilde;o de quarta-feira (21), na C&acirc;mara de Aragua&iacute;na, a respeito dos valores pagos pelo aluguel do pr&eacute;dio publico, Jos&eacute; Nilton confessou que fez um acordo com a ex-prefeita Valderez Castelo Branco se comprometendo a doar carnes para os eventos da prefeitura. &ldquo;Ela at&eacute; ia cobrar aluguel, mas ficou pra doar qualquer quantidade. Entrou o Valuar e ficou melhor ainda&rdquo; (sic), revelou Jos&eacute; Nilton.<br /> <br /> O presidente da Assocarne, ao ser questionado novamente, tentou negar a pr&oacute;pria informa&ccedil;&atilde;o dizendo que as doa&ccedil;&otilde;es de carnes eram &agrave;s associa&ccedil;&otilde;es classistas e de bairros, e n&atilde;o &agrave; prefeitura.<br /> <br /> Al&eacute;m de n&atilde;o pagar aluguel pelo uso do pr&eacute;dio p&uacute;blico, h&aacute; fortes ind&iacute;cios de que durante mais de uma d&eacute;cada a Associa&ccedil;&atilde;o n&atilde;o pagou impostos ao munic&iacute;pio, como o ISSQN.<br /> <br /> <u><strong>Arrecada&ccedil;&atilde;o</strong></u><br /> <br /> O presidente da Associa&ccedil;&atilde;o tamb&eacute;m revelou que o Frigor&iacute;fico &eacute; um neg&oacute;cio lucrativo. Segundo ele, por cada cabe&ccedil;a de gado abatida no local, a Assocarne recebe R$ 75,00 do associado mais R$ 5,00 da Frioboitins, que fica com os subprodutos como sangue, bucho e ossada.<br /> <br /> J&aacute; a m&eacute;dia mensal de abatimento gira em torno de 2 mil cabe&ccedil;as gerando uma arrecada&ccedil;&atilde;o de R$ 160 mil. Em contrapartida, o custo da folha de pagamento dos 64 funcion&aacute;rios do Frigor&iacute;fico n&atilde;o ultrapassa R$ 61 mil. Despesas com energia e manuten&ccedil;&atilde;o em geral somam em m&eacute;dia R$ 34,5 mil mensais.<br /> <br /> Segundo Jos&eacute; Nilton, os valores que sobram ap&oacute;s deduzir todas as despesas s&atilde;o investidos no pr&oacute;prio matadouro.<br /> <br /> <u><strong>Revolta</strong></u><br /> <br /> Ap&oacute;s ouvirem os relatos, os vereadores se mostraram indignados. Para Batista Capixaba, &ldquo;a prefeitura &eacute; uma m&atilde;e de leite&rdquo;. J&aacute; o vereador Terciliano Gomes condenou a doa&ccedil;&atilde;o de carnes &agrave; prefeitura como pagamento pelo uso do pr&eacute;dio publico. <em>&ldquo;N&atilde;o tem que ficar doando quilos de carnes &agrave; prefeitura. O poder p&uacute;blico n&atilde;o pode ter a preocupa&ccedil;&atilde;o se vai ganhar carnes para comemorar o dia das m&atilde;es, o natal ou qualquer outra data. N&oacute;s vamos sim tomar as provid&ecirc;ncias&rdquo;</em>, garantiu Terciliano.<br /> <br /> O presidente da C&acirc;mara, vereador Marcus Marcelo, tamb&eacute;m ficou revoltado com a farra das carnes. <em>&ldquo;Vamos pegar as grava&ccedil;&otilde;es desta sess&atilde;o e levar ao Minist&eacute;rio P&uacute;blico para denunciar o que aconteceu. Para mim &eacute; improbidade administrativa em todos os sentidos. S&atilde;o 14 anos sem nenhum documento. Eu tamb&eacute;m estou indignado&rdquo;</em>, desabou Marcus Marcelo.<br /> <br /> <u><strong>Hist&oacute;rico</strong></u></span><br /> <br /> <span style="font-size:14px;">O Matadouro P&uacute;blico pertencia ao Governo do Estado e foi cedido &agrave; Assocarne, por meio de contrato de comodato, no dia 23 de maio de 1995, por um per&iacute;odo de 3 anos.<br /> <br /> O contrato terminou em 31 de dezembro de 1998, no entanto, a Associa&ccedil;&atilde;o continuou usando as depend&ecirc;ncias p&uacute;blicas.<br /> <br /> J&aacute; no dia 27 de fevereiro de 2002, o Governo do Estado doou ao Munic&iacute;pio de Aragua&iacute;na todas as benfeitorias realizadas no Matadouro P&uacute;blico, localizado as margens da TO-222, no Setor Barra da Grota, conforme Decreto n&ordm; 1.433.<br /> <br /> Desde ent&atilde;o, as gest&otilde;es anteriores nunca promoveram nenhum ato para legalizar a perman&ecirc;ncia da Associa&ccedil;&atilde;o no local, tampouco, cobraram alguma taxa pelo uso do patrim&ocirc;nio p&uacute;blico ou celebraram algum contrato de loca&ccedil;&atilde;o ou comodato.</span></div>
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