<div style="text-align: justify;"> <span style="font-size:14px;">Enquanto não se reiniciam as obras da Eclusa do Lajeado e a construção da Eclusa do Estreito, o Governo do Estado do Tocantins desenvolve ações para a realização dos estudos da implantação da navegação no Rio Tocantins, inicialmente no trecho do município de Peixe até o município de Aguiarnópolis perfazendo um total de 700 Km.<br /> <br /> A navegação no Rio Tocantins foi o tema de uma palestra, proferida nesta quinta-feira, 03, pelo superintendente de apoio ao Coppe, da Seplan – Secretaria de Estado do Planejamento e da Modernização da Gestão Pública, Antônio José Guerra, durante a programação do 10º Congresso da Indústria do Tocantins.<br /> <br /> Os estudos compreendem pesquisas de fluxo de cargas, localização de portos, layouts dos portos transbordo de cargas, infraestrutura necessária, tipo de comboio, batimetria, sinalização e canal de navegação, com a parceria da AHITAR – Administração das Hidrovias do Tocantins e Araguaia, DNIT, ANTAQ e Marinha do Brasil e PIPES.<br /> <br /> A implantação da Hidrovia no Tocantins, aliada à devida integração com os modais rodoviário e ferroviário, permitirá ao Estado assumir a sua posição de destaque no cenário nacional de transportes, caracterizando-o como um dos estados brasileiros com melhor e mais integrada malha de transportes da atualidade, sendo via de passagem obrigatória para as cargas oriundas da área de abrangência do Corredor Centro-Norte.<br /> <br /> A economia do Tocantins está condicionada a uma logística de transporte viável e eficiente, que atenda, principalmente, à demanda do campo, no mais curto espaço de tempo. No cenário atual, a matriz de transportes do Estado de Tocantins está fundamentada no uso exclusivo do modal rodoviário. Entretanto, o Governo Estadual, dentro de uma visão mais ampla do processo de multimodalidade, já planeja integrar os seus modais de transportes (rodovia, ferrovia e hidrovia).<br /> <br /> Nesta perspectiva, a ampliação da navegação no Brasil agregaria benefícios ambientais, econômicos e sociais. No que tange aos aspectos ambientais, o transporte hidroviário possibilita a redução das emissões de gases poluentes causadores do efeito estufa. <br /> <br /> Quanto a custos, o resultado da comparação entre os modais rodoviário e hidroviário aponta que, de forma geral, este modal apresenta eficiência energética (relação carga/potência) 29 vezes superior, um consumo de combustível 19 vezes menor, além de emitir 6 vezes menos CO2 e 18 vezes menos NOx.<br /> <br /> Sua concepção estratégica decorre diretamente do crescente avanço da fronteira agrícola nacional, que rumou em direção ao centro-norte do País a partir da década de 1980, impulsionado pela elevação dos preços das commodities, das excelentes características dos cerrados, dos baixos preços das terras, e da agressiva reconversão da pecuária para grãos, utilizando-se de pastagens degradadas, que possibilitaram as lavouras a atingir o nordeste do Mato Grosso, sudeste do Pará e avançar pelo Tocantins, sul do Maranhão e centro-sul do Piauí.<br /> <br /> A participação das hidrovias na atual matriz de transporte de cargas é ainda modesta, cerca de 4%, quando comparada com o percentual de 58% do transporte rodoviário. Estimativas da Agência Nacional de Transportes Aquaviários - ANTAQ apontam que, atualmente, são transportadas pelas hidrovias brasileiras cerca de 45 milhões de toneladas de cargas/ano, enquanto o potencial identificado é pelo menos 4 vezes maior.<br /> <br /> A integração multimodal dos transportes será o grande agente uniformizador do crescimento autossustentável do país, na medida em que possibilitará a ocupação econômica e social do cerrado brasileiro - com uma área de aproximadamente 1,8 milhão de km2, correspondendo a 21,84% da área territorial do país, onde vivem 15,51% da população brasileira - ao oferecer uma logística adequada à concretização do potencial de desenvolvimento dessa região, fortalecendo a infraestrutura de transporte necessária ao escoamento da sua produção agropecuária e agroindustrial.<br /> <br /> Neste contexto, o Estado de Tocantins assume papel de relevância fundamental, uma vez que possui posicionamento geográfico estratégico para implementação do Corredor de Transportes Centro-Norte e por ser o detentor da matriz de transportes com melhor potencial para a intermodalidade, podendo implementar o uso dos três modais em larga escala: rodoviário, ferroviário e hidroviário.</span></div>