Sessão

Presidente da Câmara promove debate sobre bullying e automutilação entre jovens em Araguaína

Sessão ocorreu na arde desta segunda-feira, 14, com representantes de diversas instituições.

Por Márcia Costa
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15/10/2019 11h05 - Atualizado há 4 anos

O presidente da Câmara de Araguaína, Aldair da Costa (Gipão), promoveu um debate sobre o crescente número de bullying e automutilação entre jovens e adolescentes com idade escolar durante sessão especial na tarde desta segunda-feira (14).

Participaram da sessão representantes da Defensoria Pública, 9ª Promotoria de Justiça, Centro de Atenção Psicossocial – CAPS, 2º BPM, Conselho Tutelar, Secretaria Municipal de Saúde, Secretaria Municipal de Educação, Secretaria Municipal de Assistência Social, Trabalho e Habitação, representantes de igrejas e de instituições de ensino superior.

Segundo o defensor público Pablo Mendonça, hoje estamos numa época em que a estrutura familiar é comprometida e tem afetado os adolescentes.

“Faço vistoria nas cadeias, principalmente no interior. Trabalhei numa cidade onde tinha 31 reeducandos, desses 28 não tiveram pais presentes e 21 nem levam o nome do pai no registro. A gente percebe que esse problema de suicídio e mutilação também está envolvida na criminalidade e da falta de uma família coesa”, disse.

O defensor ainda citou a lei federal vetada integralmente pelo presidente Jair Bolsonaro que garantia atendimento por profissionais de psicologia e serviço social aos alunos das escolas públicas de educação básica. “Essa lei foi vetada. A saúde mental deve ser cuidada de maneira preventiva. Professores ou qualquer um que trabalha na educação estão desgastados porque estão fazendo um papel que não é dele”, afirmou.

Segundo dados da Diretoria Regional de Educação, no primeiro semestre de 2019 foram identificados 278 casos de bullying e cerca de 310 casos de violência nas escolas estaduais.

“Na maioria dos casos de bullying, o aluno não consegue falar. Quando identificamos o caso depressivo de automutilação, percebemos que foi negligenciado pela família, está em situação de vulnerabilidade social, financeira ou passou por casos de violência sexual dentro da família”, declarou Karine Melo, assessora de orientação.

O presidente da Câmara falou da importância das igrejas no combate à violência e prevenção do bullying e suicídio na transformação do ser humano, mas que nem sempre é reconhecida pelo Estado.

Gipão decidiu trazer essa discussão para a Casa de Leis depois de participar de um debate realizado pela Defensoria Pública Estadual em torno dessa mesma problemática.

Ele frisou a importância das igrejas no combate à violência e prevenção do bullying e suicídio na transformação do ser humano. "Eu sugeri a participação das igrejas nesses debates durante uma audiência pública realizada anteriormente na sede da Defensoria. A própria Constituição Federal foi promulgada sob a proteção de Deus. Salmos 127, diz: 'Se Deus não guardar a cidade, em vão vigiam os guardas.' Não podemos ignorar o trabalho que é realizado pelas igrejas através da fé e de trabalhos sociais, na recuperação e transformação das pessoas. E vale ressaltar que este trabalho desenvolvido pelas instituições religiosas não onera os cofres públicos", finalizou.

O pastor Euzimar Nunes, líder da Primeira Igreja Batista de Araguaína, com vasta experiência no trabalho de aconselhamento de famílias, que inclusive ministra palestras em empresas e escolas, afirmou que os pais sentem que a escola é responsável pela educação de seus filhos e eles corresponsáveis. “Está errada a ordem. Precisamos alterar isso. Se nós não alterarmos essa ordem, vamos trabalhar muito e fazer pouco. Precisamos de meio mundo de coisa, mas se não tiver a participação mais efetiva de pais e mães, não vai mudar nada", disse.

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