O iminente julgamento do processo de cassação dos mandatos do prefeito e da vice-prefeita de Araguatins no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-TO), aliado à recente transferência de domicílio eleitoral do empresário Wanderley Milhomem (PSD) para a cidade, gerou um grande burburinho político no município.  

Caso a cassação seja confirmada pelo colegiado do TRE-TO, Aquiles da Areia (PP) e Professora Elizabete (PSD) devem ficar inelegíveis, seja para uma eventual eleição suplementar ou para o pleito ordinário de 2024.  

A chapa de Aquiles e Elizabete é acusada de abuso de poder econômico durante as eleições municipais de 2020 e foi cassada pela Justiça Eleitoral no primeiro grau.

O empresário Wanderley Milhomem, conhecido como Van Van, foi candidato a deputado estadual nas eleições de 2022 e recebeu total apoio do prefeito de Araguatins, onde obteve 1.551 votos, ficando atrás apenas do deputado eleito Wiston Gomes, com 4.946 votos no município.

No último dia 11 de janeiro deste ano, o empresário transferiu seu domicílio eleitoral de São Bento para Araguatins. Para os analistas políticos de plantão, esse fato sinaliza um possível projeto político. Especula-se que ele seria o pré-candidato a prefeito da base governista. Wanderley é muito próximo do senador Irajá (PSD) e da ex-senadora Kátia Abreu (PP).

Empresário nega intenção de disputar a prefeitura

Apesar da especulação, o empresário afirmou que não pretende disputar a Prefeitura de Araguatins em 2024 e garantiu que seu projeto é para deputado estadual. Sobre a mudança de domicílio, ele disse que comprou uma casa para morar na cidade e destacou que Araguatins é o maior colégio eleitoral do Bico do Papagaio.

“Não queria mudar próximo à eleição para não parecer algo meramente eleitoral. Estou mudando para Araguatins para realmente viver na cidade”, explicou.

Entenda

Em abril de 2022, a Justiça Eleitoral cassou os diplomas do prefeito Aquiles da Areia e da vice-prefeita Elizabete Rocha, por abuso de poder econômico durante as eleições de 2020. A ação foi movida pela coligação de Volta ao Progresso, que teve o ex-deputado Rocha Miranda como candidato a prefeito.

A decisão cita gastos não declarados na prestação de contas da campanha, o que configura caixa dois. O processo aponta que a chapa omitiu um total de R$ 198 mil em gastos com combustíveis, materiais de campanha, impulsionamento de conteúdos em redes sociais e pesquisas eleitorais.

Segundo a decisão, só com combustível os candidatos eleitos, teriam sido emitidas 676 notas fiscais, totalizando R$ 160.589,15. E na prestação de contas a chapa declarou ter gastado apenas R$ 30.610,53.

Aquiles e Elizabete recorreram ao TRE-TO e aguardam o julgamento. A Procuradoria Regional Eleitoral (PRE-TO) opinou pela manutenção da decisão de cassação. 

O processo deve ser julgado em breve. Se a cassação for mantida,  Aquiles e Elizabete ficarão inelegíveis para os próximos pleitos.

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