Tocantins

MPTO pede suspensão do funcionamento de todas as barragens na Bacia do Rio Formoso

O objetivo é permitir a vazão da água represada no rio.

Por Redação
Comentários (0)

18/08/2020 16h31 - Atualizado há 3 anos
Barragens estão afetando o Rio Formoso, no Tocantins

O Ministério Público do Tocantins (MPTO) ajuizou duas ações civis públicas nesta segunda-feira (17) que visam suspender o funcionamento de barragens instaladas em rios que fazem parte da Bacia Hidrográfica do Rio Formoso.

Em uma das ações, o Ministério Público pede que a Justiça determine ao Governo do Estado do Tocantins e ao Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) a suspensão das licenças e autorizações de operação dos barramentos Eixo Tartaruga, Eixo Becker e Eixo Ponte. Na outra ação, é pedida a suspensão imediata das outorgas e licenciamentos de todas as barragens da Bacia do Rio Formoso e a desmobilização das estruturas físicas dos barramentos outorgados em nome da Associação dos Produtores Rurais de Lagoa da Confusão.

De acordo com a Promotoria de Justiça Regional Ambiental do Alto e Médio Araguaia, uma parcela de produtores rurais está utilizando dados e medições que sofrem influência direta do funcionamento de barramentos, visando justificar a continuidade de captação de água dos rios da Bacia do Rio Formoso após a data de 15 de agosto, para empreendimentos agroindustriais. Ocorre que os barramentos são contestados judicialmente por conter inúmeras irregularidades ambientais e não ter o controle de vazão que permita manter o equilíbrio da disponibilidade hídrica no curso subsequente dos rios da Bacia.

Uma vistoria realizada no início de agosto pelo Centro de Apoio Operacional de Urbanismo, Habitação e Meio Ambiente (Caoma) do MPTO confirmou que os rios da Bacia apresentam redução acentuada do volume de água, da mesma forma como foi registrado nos anos anteriores.

Para o promotor de Justiça Regional Ambiental do Araguaia, Francisco Brandes Júnior, esse fato demonstra a necessidade de desmobilização imediata de todas as estruturas físicas dos barramentos para permitir a vazão da água represada e, com isso, a adequação dos dados e medições que estão alterados.

As duas ações propostas pelo MPTO são cautelares devido ao risco de dano ambiental irreversível em função da manutenção dos barramentos e da utilização de medições de vazão influenciada por eles, como estratégia para descumprir as restrições de captação de água no período de estiagem, que vão até o final de outubro.

(Luiz Melchiades)

MPTO ajuizou duas ações na justiça contra produtores

Comentários (0)

Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.

(63) 3415-2769
Copyright © 2011 - 2024 AF. Todos os direitos reservados.