Corrupção

Após delação premiada, Polícia Federal faz nova operação envolvendo Governo do Tocantins

Aproximadamente 10 policiais cumprem 02 mandados de busca e apreensão.

Por Redação 4.986
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17/11/2021 09h22 - Atualizado há 2 anos
Agentes da Polícia Federal

A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (17/11) uma nova operação visando colher mais provas relacionadas a atos de corrupção no Governo do Tocantins que foram investigados nas operações 'Replicantes', 'Hastati' e 'Brutus', além de outros elementos que comprovem o pagamentos de propina em contratos firmados pelas Secretarias da Saúde e de Infraestrutura durante a última gestão do ex-governador Marcelo Miranda (MDB).

Contudo, não foram cumpridos mandados diretamente nas sedes das Secretarias da Infraestrutura (Seinf) e da Saúde (SES). Os alvos foram residências e outros endereços dos investigados.

O objetivo da Operação 'Troféu', segundo a PF, é robuster o conjunto probatório proveniente de um Acordo de Colaboração Premiada firmado com um dos investigados. O nome do delator não foi revelado.  

Cerca de 10 policiais cumprem dois mandados de busca e apreensão expedidos pela 4ª Vara Federal no Tocantins, na cidade de Palmas.  

OPERAÇÕES ANTERIORES

A Operação Replicantes foi realizada em novembro de 2019 para combater uma organização criminosa investigada por prática de corrupção, peculato, fraudes em licitações, desvios de recursos públicos e lavagem de dinheiro, no Tocantins.Naquela época, foram presos o ex-governador Marcelo Miranda e do seu irmão José Edmar Brito Miranda Júnior. 

SAIBA MAIS 

Segundo a PF, os suspeitos podem ter movimentado dezenas de milhões de reais por meio de um grupo empresarial do ramo gráfico. O esquema criminoso envolve “pessoas influentes no meio político, com poderes suficientes para aparelhar o estado, mediante a ocupação de cargos comissionados estratégicos.”

Conforme levantamento da PF, as empresas do ramo gráfico receberam aproximadamente R$ 30 milhões durante a gestão Miranda, nos anos de 2015 e 2016.

Já as operações Brutus e Hastati foram deflagradas em março de 2020 tendo como alvo o mesmo grupo empresarial do ramo gráfico. A estimativa é de prejuízos acima de R$ 10 milhões aos cofres da União.

As investigações apuraram que os esquemas criminosos eram ligados a “pessoas influentes no meio político do Tocantins, com poderes suficientes para aparelhar o estado, desviar recursos públicos e agir nas mais diversas frentes para garantir que as ações ilícitas se mantivessem encobertas”.

NOVA OPERAÇÃO

A operação deflagrada hoje tem como foco a estrutura de recebimento de propina pelo núcleo de comando da Organização Criminosa investigada. Conforme a PF, os elementos reunidos até o presente momento apontam para o pagamento de propinas em espécie, que eram transportadas em envelopes até serem entregues diretamente aos chefes da quadrilha.  

Em ações anteriores, durante a realização de buscas nas residências e nos escritórios ligados aos investigados, os policias identificaram um grande número de  envelopes que se suspeitava terem sido utilizados para o transporte dos valores.  

As análises realizadas pela equipe de Policiais Federais conseguiram revelar evidências de que efetivamente se tratavam de envelopes utilizados para o pagamento das propinas, o que foi corroborado e detalhado pelas colaborações premiadas firmadas e por outras diligências realizadas.  

A organização também é suspeita de ter mantido um sofisticado esquema para a prática reiterada de atos de corrupção, fraudes em licitações, desvios de recursos públicos e lavagem de ativos, sempre com o objetivo de acumular riquezas em detrimento dos cofres públicos, além de praticar atos de intimidação e embaraço a investigações.  

O nome da operação de hoje é uma referência a possível motivação que levou os  investigados a manterem guardados, alguns por mais de uma década, os envelopes nos quais supostamente eram transportadas e entregues as vantagens indevidas.  

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