Julgamento

Policial que matou casal atropelado é condenado a 16 anos, mas ficará livre até esgotar recursos

Durante o julgamento, o acusado disse que foi "um agente passivo na situação".

Por Conteúdo AF Notícias 2.198
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07/07/2023 10h48 - Atualizado há 9 meses
Policial Militar Sayno Oliveira

O policial militar Sayno Oliveira Silva, acusado de atropelar e matar um casal na BR-153, em Araguaina, no ano de 2017, foi condenado a mais de 16 anos de prisão. O julgamento em júri popular foi realizado nesta quinta-feira (6/7) no Fórum da Comarca de Araguaína.

O militar foi denunciado pelos crimes de homicídio doloso, embriaguez ao volante, disparo de arma de fogo, lesão corporal grave e ameaça.

As vítimas, Brenda Miranda Lima, de 23 anos, e Lucas Alberto Rocha, de 25 anos, estavam numa motocicleta no mesmo sentido do carro do policial, quando foram atingidos na traseira.

Os dois chegaram a serem socorridos, e levado ao Hospital Regional (HRA), mas não resistiram aos ferimentos. O fato ocorreu no bairro Fátima, por volta das 20h. Segundo a denúncia do MPTO, após ingerir várias cervejas em um bar, Sanyo, acompanhado de um amigo, saiu 'para dar umas voltas', provocando a batida por estar 'com a capacidade psicomotora alterada em razão do álcool'.

Segundo a perícia, o PM conduzia o veículo a mais de 110 km/h, em via que a velocidade máxima permitida era de 30 km/h.

O réu foi condenado também por lesão corporal grave (causada em um amigo que o acompanhava), embriaguez ao volante e disparo de arma de fogo, já que após bater na moto em que o casal estava, Sanyo disparou tiros para o alto, com objetivo de afastar as pessoas que se aproximavam do local para registrar o fato, com celulares.

Durante o julgamento, o acusado disse que foi "um agente passivo na situação" e afirmou que nunca teve intenção de causar o acidente. Ele confirmou que estava dirigindo, mas negou ter ingerido bebida alcoólica e disse ter sido confundido com um amigo, que estava de carona no carro e estaria embriagado.

O juíz da 1ª Vara Criminal de Araguaína permitiu que ele permaneça em liberdade até esgotar a possibilidade de recursos. A sentença também determina a perda da carteira de habilitação (CNH) durante o prazo do cumprimento da pena, mas ele só terá que entregar o documento após o trânsito em julgado.

Por entender que a pena foi baixa, em razão dos crimes cometidos, o Ministério Público do Tocantins vai ingressar com um recurso buscando aumentar o tempo de condenação. A sustentação oral, no júri, foi feita pelo promotor de Justiça Guilherme Cintra Deleuse. O julgamento durou cerca de oito horas e a sentença foi lida por volta das 23h30 desta quinta (6).

As vítimas, Brenda Miranda Lima e Lucas Alberto Rocha

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