Engano

Servidor tocantinense é assassinado por policial ao ser confundido com ladrão no MA

Por Redação AF
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17/10/2017 14h19 - Atualizado há 5 anos
O servidor público tocantinense Ademar Moreira Gonçalves, de 36 anos, foi morto com um tiro nas costas disparado por um policial civil enquanto dirigia na Avenida Litorânea, em São Luís (MA), na noite do último sábado (14). Ademar era servidor do Ibama. O policial, que não teve o nome divulgado, se entregou nesta segunda-feira (16), na Delegacia de Homicídios de São Luís, onde alegou ter confundido Ademar com um ladrão de carro. De acordo com o policial, Ademar dirigia um carro idêntico ao seu. Transtornados com o ocorrido, familiares do servidor que moram no Tocantins denunciaram o caso à imprensa, através do site T1 Notícias. Segundo eles, antes da verdade ser divulgada, outras três versões foram apresentadas. A família da vítima relatou ainda que teve acesso a um vídeo, divulgado nas redes sociais, mostrando Ademar se debatendo sem ser socorrido. Uma amiga da família, Giovana Araújo da Silva, relatou como os parentes de Ademar receberam a notícia. “Ficamos sabendo no sábado à meia note. A primeira versão foi que ele estava no meio de um tiroteio e havia sido baleado na perna. A segunda versão foi que ele brigou em bar e acabou morto, mas logo achamos estranho também porque o Ademar corria de briga; e a terceira versão foi que ele era um bandido e estava roubando um carro. Ficamos transtornados. Duas irmãs dele foram para São Luís descobrir a verdade e foi então que ficaram sabendo que ele havia sido executado por um policial civil. Esse policial foi informado que o carro dele estava sendo roubado e iria atirar no pneu do carro, mas acabou atingindo Ademar nas costas”, conta. Segundo Giovana, o vídeo, que a família teve acesso, foi registrado por testemunhas que estavam no local e que Ademar não teria sido socorrido porque as pessoas achavam que se tratava de um assaltante de carro, conforme o policial havia anunciado. “Após ser alvejado, o Ademar acabou colidindo num carro e numa moto. Testemunhas contaram que o policial tirou Ademar do carro e pediu para as pessoas se afastarem pois se tratava de um assaltante de carro. O policial entrou no carro, pegou o documento e viu que aquele carro não era o dele. Foi então que ele se deu conta do erro que cometeu e fugiu do local. Nesta semana o policial se entregou e assumiu o erro”, detalhou. O POLICIAL À delegacia local, o policial relatou que soube que seu carro estava sendo roubado no momento em que estava num bar.  Ele teria saído do estabelecimento para procurar o possível assaltante quando encontrou um homem dirigindo um veículo idêntico ao seu próximo à vaga onde havia estacionado seu carro. Sem exitar, o policial pegou sua arma para atirar nos pneus do carro, conforme seu depoimento. Ademar, por sua vez, ao ver um homem armado teria arrancado com o carro, foi quando um tiro atingiu suas costas e o matou. Até a confissão do policial, a Superintendência de Homicídios e Proteção a Pessoa (SHPP) trabalhava com as hipóteses de briga de bar, reação a assalto e execução. "Pela declaração dele (o policial), ele interpretou erroneamente porque o carro dele estava estacionado praticamente ao lado. E quando o indivíduo saía do carro, o policial que estava de pronto aviso para uma missão no interior lembrou que tinha equipamentos da polícia civil nesse veículo. Então ele temendo além do roubo do veículo, o roubo desses equipamentos, tentou evitar a saída do indivíduo", diz o superintendente da Delegacia de Homicídios, Lúcio Rogério Reis. Conforme apurado, as testemunhas, que estavam no local, foram impedidas pelo policial de se aproximarem de Ademar até a chegada do SAMU. O autor fugiu quando viu que havia se enganado, segundo as pessoas que estavam no local.

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