A cidade vai inaugurar na próxima semana um novo hospital.
Com a pandemia em ritmo de desaceleração em Araguaína, a cidade tenta voltar à vida normal, ou melhor, ao tão falado ‘novo normal’. O comércio voltará a funcionar em horário normal, como antes da pandemia e o setor de eventos também se prepara para o retorno gradual das atividades. Tudo graças à redução do número de casos de covid-19.
“Tudo vem se confirmado para retomada, claro que com alguns critérios que devemos avaliar ainda. Outra situação que vejo é a impossibilidade de liberar festas e mantendo as escolas fechadas, não é adequado”, disse o prefeito Ronaldo Dimas.
Aulas presenciais
As aulas presenciais na Rede Municipal de Ensino devem ser retomadas neste mês de outubro e, para isso, a Secretaria Municipal da Educação fará um levantamento para saber quantas famílias de alunos tiveram a contaminação por covid-19. “Já elaboramos um protocolo de segurança e estamos preparados documentalmente, fisicamente e psicologicamente para retornar", explicou o prefeito.
Nessa quinta-feira, 1º, o prefeito Ronaldo Dimas participou de mais uma reunião de trabalho com representantes de instituições e categorias justamente para avaliar a possibilidade de retorno à normalidade de serviços suspensos ou que estão funcionando parcialmente, como cirurgias eletivas, aulas presenciais, horário do comércio e eventos.
O prefeito acredita que a necessidade de hospitalização será reduzida, mas não vai acabar. “Isso vem acontecendo no mundo todo, a gente vê uma nova onda com muitos mais casos do que a anterior na Europa. Mas é uma realidade diferente nas mortes, a gente vê cada vez mais as pessoas se recuperando porque o tratamento evoluiu. É importante saber disso, que doença não vai passar tão cedo até que haja a vacina”, destacou Dimas.
Ao analisar os números em conjunto com diretores de hospitais, o gestor disse que houve queda na demanda por atendimento e no índice de mortalidade, favorecendo a retomada de serviços, inclusive essenciais à saúde.
NOVO HOSPITAL MUNICIPAL
“A primeira fase do Hospital Municipal Eduardo Medrado, que devemos entregar no dia 9 ou 10 deste mês, pode ser a unidade de referência para covid-19 e proporcionar a desmobilização nos outros hospitais”, afirmou o prefeito.
Queda na demanda por atendimento
De acordo com o superintendente do Hospital Dom Orione, Osvair Murilo da Cunha, a unidade já trabalha com a ideia de reduzir o número de leitos exclusivos para pacientes com covid-19 devido à queda na demanda. “Tivemos quase um colapso em agosto, mas hoje temos 7 dos 19 leitos UTI e 9 dos 40 leitos clínicos ocupados”, informou. Outra unidade que anunciou estudar a retirada dos leitos foi o Hospital de Doenças Tropicais (HDT).
Um levantamento da Secretaria Municipal da Saúde aponta queda de 50% nos atendimentos realizados nas unidades básicas de saúdes (UBS) de referência e também na Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
“Havia UBS em que atendíamos 100 pessoas por dia e agora está por volta dos 30”, detalhou a secretária Ana Paula Abadia.
Retorno do atendimento especializado
Ana Paula também explicou que a inauguração do novo prédio do Hospital Municipal e a possibilidade de ser uma referência podem facilitar o retorno de serviços oferecidos pelo Governo do Estado.
“O Município retornou com o atendimento no ambulatório e cirurgias eletivas e a nossa preocupação hoje é demanda reprimida dos atendimentos no ambulatório de especialidades do Estado. O serviço está suspenso porque os médicos estão atuando no Hospital Regional de Araguaína (HRA) e a desmobilização na unidade pode ajudar nesse retorno”.
Mudança de mentalidade
Superintendente do Instituto de Saúde e Cidadania (ISAC), Alberto Aguiar analisou queda de mortalidade nos hospitais e que houve mudança no comportamento da população. “Observamos que há mais procura pelo tratamento precoce e querem tomar o medicamento antes mesmo do resultado positivo. A taxa de mortalidade no Estado, que era de 85%, depois de abastecimento das unidades e treinamento, caiu para 60%”.
Mais exames
O Hospital Dom Orione colocou à disposição do Município a realização de exames RT-PCR e tomografia em novos equipamentos que foram adquiridos com recursos do Governo Federal. Além dessa oportunidade, a secretária municipal da Saúde anunciou que o Estado deve também oferecer esse tipo de exame com possibilidade de 100 testes por dia para a Região Macronorte, em Araguaína, com prioridades para pacientes internados ou aqueles atendidos na UPA. Outras análises continuam sendo enviadas para Palmas.