Palmas

Número 10 da Guarda Metropolitana relembra os 28 anos de história: 'evoluímos muito'

A Guarda Metropolitana de Palmas (GMP) foi criada no dia 09 de fevereiro de 1993.

Por Conteúdo AF Notícias
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12/02/2021 09h55 - Atualizado há 3 anos
O subinspetor aparece na foto histórica da primeira turma em 1993, ele é 5º da esq. p dir.

A Guarda Metropolitana de Palmas (GMP) comemorou seus 28 anos de história na última terça-feira (9) e o AF Notícias entrevistou um dos cinco primeiros integrantes da tropa 'Sangue Azul Marinho', do primeiro concurso público da corporação, em 1993. 

Com base no parágrafo 8° do artigo 144 da Constituição Federal, o então prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos, criou a Guarda Metropolitana de Palmas (GMP) em 09 de fevereiro de 1993. Desde então, a corporação vem desenvolvendo um importante papel na garantia da segurança da sociedade palmense.

Aos 48 anos, o subinspetor João Procópio Santos Neto, membro da GMP desde os 20 anos, falou ao AF Notícias sobre os desafios enfrentados durante as quase três décadas de serviço prestados à população da capital. Nessa longa trajetória, o subinspetor também travou uma batalha contra o câncer para voltar a vestir a farda.

Entrei na Guarda na primeira turma, em 1993, com 20 anos de idade como aluno-guarda. Foi um tempo difícil, esposa grávida do primeiro filho. Nosso curso de formação foi bastante intensivo, nossa folga era curta, dava tempo apenas para ir em casa tomar banho e trocar a farda. Eram 36 horas de curso com 12 horas de folga. Vivenciamos essa rotina durante quatro meses”, lembra.

No início, o maior desafio da corporação era a escala de trabalho, de 24 por 24 horas (um dia de serviço seguido de um dia de folga).

Foi uma luta muito grande. Logo depois de formada a primeira turma, com apenas cinco guardas, trabalhamos em escala de 24x24. Depois passamos para 24x48. Foi uma luta muito grande ao longo desses 28 anos. Enfrentamos inúmeras adversidades no passado. Lembro-me das nossas primeiras missões na antiga Praia da Graciosa ainda em 93”, relata.

Criada com a função inicial de realizar a vigilância dos prédios públicos municipais, as GMP evoluiu e hoje atua em diversas frentes, como no atendimento de ocorrências de perturbações do sossego, flagrantes de infrações penais, abordagens e detenção de suspeitos, vigilância ambiental, serviço de inteligência, entre outros serviços que colaboram para garantir a segurança da população.

De lá pra cá evoluímos demais. Tivemos muitas novas frentes de serviço. Lembro-me das palavras do Coronel Geraldo, nosso primeiro comandante, falecido em 96. Ele dizia durante o nosso curso de formação que teríamos viaturas, armamento, motocicletas, barcos e quem sabe até avião. Ele profetizou isso em 93. Ainda não temos avião, mas a realidade hoje é bem próxima da idealizada por ele”, destacou.

Segundo o subinspetor, muitos guardas não acreditaram no pensamento visionário do primeiro comandante da tropa e desistiram de servir.

Muitos ficaram pelo caminho, desistiram por não acreditar que a guarda evoluiria como evoluiu. Em 2014 foi sancionada a Lei 13.022 que deu poder de polícia a todas as guardas municipais e com isso, nos foram imputadas novas atribuições”,

Desde a sanção da Lei 13.022, que dispõe sobre o Novo Estatuto das Guardas Municipais, a Guarda Metropolitana de Palmas passou a dar apoio à Polícia Militar no patrulhamento das ruas da capital e da zona rural do município.

Temos a equipe da Ronda Ostensiva Municipal (Romu) que tem efetuado diversas prisões e apreendido grande quantidade de drogas de norte a sul da cidade, recuperando veículos furtados e atuando na abordagem e detenção de suspeitos de furtos e roubos em toda capital. Também temos a Divisão Ambiental que cresceu bastante durante esses 28 anos. Eu praticamente já estive em todas as frentes de serviço da Guarda”, conta.

Em 2016, antes de participar pela GMP como voluntário nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, o subinspetor foi diagnosticado com um câncer no intestino e, desde então, vem travando uma batalha contra a doença.

Após sair a publicação da minha convocação no Diário Oficial, eu passei mal e fui para o hospital onde fui diagnosticado com câncer no intestino. De lá pra cá tem sido uma luta diária. Já passei por quatro cirurgias e entre idas e vindas, durante esse tratamento, tem sete meses que voltei a trabalhar graças a Deus. Tenho muito orgulho de ter conseguido voltar à ativa, mesmo tendo quase me aposentado por duas vezes. Eu disse que se eu assinasse a minha aposentadoria era o mesmo que assinar a minha sentença de morte, por que minha luta maior era voltar a vestir minha farda”, afirmou emocionado.

Atualmente, devido às limitações causadas pelo tratamento, o subinspetor não pode mais atuar nas ruas e foi destacado para integrar o Centro Integrado de Comando e Controle (CICC).

Mesmo não estando nas ruas, aqui do CICC estou contribuindo para melhoria dos serviços prestados pela guarda. Daqui temos acesso às imagens das câmeras de monitoramento de toda cidade, acesso ao sistema de radares que verifica as placas dos veículos furtados e ou roubados para repassar para as equipes que estão em patrulhamento”, explicou.

Só tenho a agradecer a Deus, aos meus companheiros de serviço e à sociedade palmense que sempre deu muita credibilidade ao nosso trabalho. Essa data é muito especial para mim. Há 28 anos eu defini o caminho profissional. Hoje eu sou o 010, o décimo guarda mais antigo da GMP ”, finalizou.

A programação dos 28 anos da GMP contou com exposição virtual de fotos antigas da Guarda Metropolitana, doação de sangue ao Hemocentro do HGP, trilha Ecológica com GMPs e familiares no Parque Cesamar, além de um coffee break.

Aos 48 anos, o subinspetor, travou uma batalha contra o câncer para voltar a vestir a farda

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