Em julho desse ano, a Justiça bloqueou R$ 120 milhões das contas dos advogados.
Os advogados Juliana Bezerra de Melo Pereira e Fábio Bezerra de Melo Pereira, filhos do ex-procurador geral de justiça, Clenan Renaut de Melo Pereira, são alvos de uma operação da Polícia Civil em conjunto com o Ministério Público Estadual realizada na manhã desta quarta-feira (5) em Goiás e no Tocantins.
A operação foi autorizada pelo juiz Alan Ide Ribeiro da Silva, a pedido do promotor João Edson de Souza. Na decisão, o magistrado também determinou a suspensão dos registros dos advogados junto à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Em Palmas, Juliana foi presa e acompanhou a polícia até o escritório de advocacia localizado na Quadra 110 Norte, onde foram recolhidos documentos. Já Fábio mora atualmente em Goiânia e ainda não foi encontrado.
Os irmãos advogados eram responsáveis por um processo da Prefeitura de Lajeado contra o Governo do Estado para cobrar uma indenização pela construção da Usina Luís Eduardo Magalhães, no rio Tocantins.
A Justiça condenou o Estado ao pagamento de R$ 200 milhões ao município, mas o pagamento poderia demorar muitos anos devido aos recursos judiciais. Para acelerar a questão, a prefeitura propôs abrir mão de metade do valor para receber R$ 100 milhões imediatamente.
Mas a validade desse acordo dependia de aprovação de uma lei autorizativa na Câmara de Vereadores de Lajeado. Para isso, os advogados teriam comprado votos de parlamentares. Com o acordo firmado, os advogados estariam recebendo 200 mil de honorários por mês.
O caso está na Justiça desde 2016, mas os fatos teriam acontecido no ano de 2014, na gestão da ex-prefeita Márcia da Costa Reis Carvalho.
Em julho desse ano, a Justiça bloqueou R$ 120 milhões das contas dos advogados. Além do bloqueio dos bens, o juiz determinou ainda a quebra dos sigilos bancário e telefônico dos envolvidos nos últimos quatro anos.
Com informações do G1 Tocantins.