Palmas: 32 anos

'Atolava até a canela', conta garimpeiro que virou construtor de praças no início de Palmas

Ele chegou em Palmas com 26 anos e hoje tem 54.

Por Redação
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17/05/2021 09h41 - Atualizado há 2 anos
Lourival Teixeira chegou em Palmas em 1993 para trabalhar no paisagismo da cidade

Antes de chegar em Palmas, Lourival Januário Teixeira era garimpeiro, estava morando em Goiânia, e foi chamado para se mudar para a Capital em construção, no Tocantins, para trabalhar no paisagismo da cidade.

“Cheguei em 1993 e a primeira obra que fizemos foi a rotatória do Jardim Aureny I, que fica ao lado da feira coberta. Depois viemos fazer a praça Uiatan Cavalcante, na Arse 14 (110 Sul), mas antes de começar o paisagismo da cidade, instalamos o viveiro para reproduzir as mudas, que eram trazidas de Goiânia”, conta.

Teixeira, que continua trabalhando na Prefeitura de Palmas, na área de paisagismo, relata que o começo não foi fácil. “Eu era garimpeiro e vim para Palmas parecia ser uma boa oportunidade, mas nos primeiros momentos, ainda morando em Taquaralto, falávamos que iríamos ficar mais um mês só. Pois a vida não era muito fácil e o serviço era difícil, para vim de Taquaralto para trabalhar, tinha apenas uma estrada e ocorriam muitos acidentes, perdemos muitos amigos”, detalha. Natural de Jaraguá (GO), Teixeira chegou em Palmas com 26 anos.

As praças eram construídas em tempo record. O servidor lembra que não havia maquinário para fazer as obras e tudo era feito de forma manual.

“Construímos essa praça - da Arse 14 - em 20 dias. Foi muito rápido, mas eram muitas pessoas trabalhando. Para ter uma ideia, a grama era plantada de muda em muda, que foram reproduzidas a partir da grama da praça de Taquaruçu, não é como hoje, que temos a placa de grama e só vamos montando o gramado. A maioria das árvores foi plantada nessa época, em 1993”, conta.

“Tivemos dois grandes desafios na construção da primeira praça: primeiro a terra era fofa e atolava até a canela, e ainda tinha o vento e a poeira, tínhamos que parar de trabalhar por volta das 10 horas e voltar só depois que o vento diminuía, pois era tudo tomado de poeira, não dava para enxergar nada”, ressalta Teixeira, lembrando que, para molhar a praça, foi aberto um poço artesiano do lado.

Hoje, com 54 anos, o servidor mora na Arne 61 (504 Norte) e garante que não se arrependeu de ter vindo para Palmas. Na Capital mais jovem do Brasil, Teixeira se casou e teve três filhos, todos já adultos. “Palmas é muito bonita", diz, comentando que parte dessa beleza é devido a suas praças, canteiros e seu paisagismo, "e com a intensificação do plantio de árvores, a cidade ficará ainda mais agradável”, destacou, opinando que a cidade está muito melhor. "Está muito melhor de trabalhar no paisagismo, agora com maquinário, sem ter que encher um caminhão de terra na pá”, brinca Teixeira, lembrando o passado.

Homenagem

A primeira praça de Palmas, da Arse 14 (110 Sul), recebeu o nome do deputado estadual Uiatan Cavalcante, que faleceu em 28 de agosto de 1994, de acidente de avião.

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