Natural de Barra Mansa, no Rio de Janeiro, Luiza Helena Oliveira da Silva, doutora e professora do curso de Letras na Universidade Federal do Tocantins (UFT), escolheu a cidade de Araguaína em 2004 para realizar um sonho: passar em um concurso público.

Ela só não esperava que, além de um sonho, fosse se apaixonar pela cidade e que a mudança também oportunizasse outras realizações. 

Para a professora universitária, a cidade é fonte de inspiração, alegria e realização de vida pessoal e profissional. “Araguaína motiva em mim muita poesia, eu me apaixonei por Araguaína, meu sentimento é gratidão por ter sido acolhida, respeitada e por ter podido fazer aqui minha história de muito amor e paixão”, disse. 

No livro de sua autoria "Solau do Mal de Amor" (2016), a educadora traz uma poesia dedicada à cidade: “Meio-dia em Araguaína”. Em um dos trechos do poema, ela fala que escolher a cidade para morar é um privilégio.

“Predestinação de poucos, bem-aventurados,

escolhidos a dedo, catados entre tantos, sorteio divino

era esse desde sempre traçado nas linhas emaranhadas, contínuas do tempo

bem assim, conjuntura perfeita,

garantindo, sob aparência do acaso e do imprevisto,

encontro de amor”

No ano em que a cidade faz 60 anos, histórias como a de Luiza trazem exemplos de amor e envolvimento com Araguaína como lugar onde muitos escolheram para viver com sua família.

Povo acolhedor

“Eu era professora de uma universidade particular no Rio de Janeiro e tinha o sonho de ser professora de universidade pública. Vim para cá em 2004, eu tinha esperança de prestar um concurso, o que só aconteceu em 2005. Realizei as provas e passei em primeiro lugar”, contou Luiza.

Outro grande sonho da professora era o de que criar os dois filhos com tranquilidade. Jordan, o mais velho, e Gabriel chegaram aqui pré-adolescentes e, ao lado da mãe, foram desbravando o novo lar.

Não demorou até que a família carioca se encontrasse nos braços desse amor tocantinense. Segundo Luiza, a acolhida do povo de Araguaína foi ingrediente essencial para que esse relacionamento se firmasse.

“O que foi tornando possível eu gostar de Araguaína, logo de início, foi a solidariedade com que fui recebida. Eu perdi, recentemente, uma grande amiga professora, que me recebeu como filha, ela e outros colegas, e os alunos da UFT”, lembrou a professora ao falar dos primeiros anos na cidade.

Fincando raízes

Um ano depois de chegar na cidade, Luiza deu à luz ao pequeno Théo, terceiro filho e que hoje está com 13 anos, araguainense que selou a história de união entre Araguaína e a profesora. 

“Eu tenho um reconhecimento muito grande por Araguaína, a minha história se fez aqui, porque eu já dou aulas há muitos anos, mas as conquistas que tive na cidade foram muito significativas, meu crescimento, amadurecimento intelectual, eu conheci o Brasil a partir de Araguaína, foi ela que me possibilitou isso”, declarou a educadora.

(Adriana Santana) 

Professora e a família / Foto: Marcos Filho