Crime em 2019

Simulação esclarece detalhes sobre caso de funcionário assassinado pelo próprio patrão

Polícia reproduziu o crime nesta sexta, com a presença dos acusados.

Por Redação 3.026
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09/04/2022 10h07 - Atualizado há 2 anos
Simulação do assassinato do funcionário de restaurante.

A Polícia Civil do Tocantins realizou, nesta sexta-feira (8/4), a reprodução simulada de um crime de homicídio e ocultação de cadáver que vitimou Rogério Gomes Luvizotto, de 41 anos, que era funcionário de um restaurante às margens da TO-080, na saída de Paraíso do Tocantins.

Rogério estava desaparecido desde o mês de novembro de 2019 e seu corpo foi localizado às margens de uma estrada vicinal na zona rural da cidade de Monte Santo (TO), já em estado esquelético, no mês de janeiro, sendo que, na última sexta-feira (1º de abril), a polícia prendeu dois homens suspeitos de serem os autores do crime - o dono do restaurante e outro funcionário, de 36 e 38 anos. 

Rogério Gomes estava em processo de demissão do restaurante e teve uma discussão com o patrão, ocasião em que outro funcionário do estabelecimento partiu para cima dele e o atingiu na cabeça com um pé-de-cabra.

“Em seguida, o patrão, visando ocultar qualquer vestígio do crime, mandou que os funcionários ali presentes limpassem o sangue, enquanto seguiu com o gerente do restaurante carregando a vítima para a zona rural de Monte Santo, onde ainda a golpeou várias vezes com uma pedra na cabeça, a fim de garantir que a mesma viesse a óbito”, disse o delegado.

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A SIMULAÇÃO 

As ações da Polícia Civil foram coordenadas pelo delegado-chefe da 6ª Divisão de Combate ao Crime Organizado (6ª DEIC), Antônio Onofre Oliveira da Silva Filho, responsável pelo caso, e também por uma equipe de perícia do Núcleo de Criminalística de Paraíso do Tocantins.

Os trabalhos periciais tiveram início às 10h, após realização de entrevistas individuais com os envolvidos, onde foi planejado o roteiro da reprodução simulada, visando reconstruir os fatos criminosos.

Em seguida, as equipes foram até o local, situado a cerca de 10 km de Paraíso, na rodovia que liga a cidade ao município de Monte Santo, onde funcionava o restaurante onde a vítima trabalhava e foi morta. O objetivo da reprodução é confrontar as versões apresentadas pelos supostos autores do crime com as provas colhidas durante a investigação e os laudos que fazem parte do inquérito policial.

Durante aproximadamente cinco horas, os dois suspeitos apontados como os autores do crime forneceram detalhes de como os fatos ocorreram, os quais resultaram na morte da vítima, que, inicialmente, foi atingida no próprio restaurante por um golpe de barra de ferro na cabeça.

Após ficar inconsciente, Rogério Luvizotto foi colocado na caçamba de uma camionete e levado até um local, a cerca de 10km do restaurante, onde teve o corpo desovado. No local da desova, a vítima teve a cabeça esmagada por pedradas, fato este que culminou em sua morte. Segundo a polícia, Rogério se contorcia de dor e clamava por ajuda enquanto era transportado para o local.

INVESTIGAÇÕES

As investigações da 6ª DEIC apontaram que na noite do crime, os autores voltaram ao local e atearam fogo no corpo de Rogério, após colocar vários pneus por cima do cadáver.

Além de ouvir os dois investigados, o delegado e a equipe de perícia reproduziram ainda as versões contadas por duas testemunhas que também estavam no local dos fatos e puderam contribuir para a total elucidação do crime.

Segundo o delegado Antônio Onofre, a reprodução foi realizada visando dirimir eventuais dúvidas surgidas durante as investigações, tendo em vista que os suspeitos apresentaram versões diferentes para os eventos que culminaram na morte da vítima Rogério Gomes.

Dessa forma, foi possível obter novos elementos que irão subsidiar as investigações que já se encontram em estágio final de conclusão. O delegado também afirma que existe a possibilidade de participação de outra pessoa no crime revelado pela diligência, fato que já está sendo apurado.

De acordo com delegado Antônio Onofre, a reprodução produziu um resultado satisfatório e reforçou ainda mais os elementos de participação dos dois principais envolvidos no crime. Por meio da ação, foi possível estabelecer toda a dinâmica de como se deram os fatos, bem como a real participação de cada um dos envolvidos.

Apesar de somente um dos autores ter confessado a prática do crime, todos os elementos colhidos hoje durante a reprodução simulada apontam para a efetiva participação ativa do dono do restaurante em todos os atos que levaram à morte da vítima”, disse o delegado.

Se condenados pelos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver, os dois principais suspeitos podem pegar uma pena de reclusão de mais de 30 anos. A ação também teve o apoio de policiais penais de Paraíso do Tocantins.

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