Em ato preconceituoso, pastor diz que autismo é 'visita do diabo no ventre'.
Em ato preconceituoso, pastor diz que autismo é 'visita do diabo no ventre'. A declaração feita por um pastor da Assembleia de Deus gerou revolta nas redes sociais e levantou questões importantes sobre a desinformação e o preconceito em torno do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Durante um culto em Tucuruí, no Pará, o pastor Washington Almeida afirmou que o autismo é resultado de uma "visita do diabo no ventre" das mães. Esta fala preconceituosa e desrespeitosa chamou a atenção da comunidade, gerando uma onda de críticas e reflexões sobre o impacto de tais declarações.
"Em ato preconceituoso, pastor diz que autismo é 'visita do diabo no ventre'," declarou o pastor Washington Almeida durante um culto realizado na Assembleia de Deus em Tucuruí, na última sexta-feira, 12 de abril. Segundo ele, o aumento no número de crianças nascendo com autismo seria resultado de uma suposta influência demoníaca. Em suas palavras, "O diabo está visitando o ventre das desprotegidas", referindo-se às mães que, segundo ele, estariam espiritualmente vulneráveis.
A fala do pastor foi amplamente divulgada nas redes sociais, provocando indignação e protestos. Diversos internautas expressaram repúdio, destacando o caráter preconceituoso e capacitista da declaração. "Tem que responder criminalmente", escreveu um usuário. Outra pessoa comentou: "Propagando desinformação, e fazendo exatamente o que Jesus não faria. Eu como mãe atípica e cristã há 27 anos me envergonho e me entristeço muito com essas falas desrespeitosas". A gravidade das palavras do pastor reside não apenas na ofensa direta às famílias afetadas pelo autismo, mas também na perpetuação de mitos e estigmas em torno do transtorno.
Após a repercussão negativa, o pastor Washington Almeida publicou um pedido de desculpas na noite de terça-feira, 16 de abril. Em um vídeo, ele afirmou: "Estou aqui para me retratar de uma fala enquanto eu ministrava, quero me retratar com os autistas, com os pais de crianças autistas. Fui muito infeliz quando fiz uma colocação e esse não é o meu caráter, meu perfil. Jamais no meu coração passam coisas dessa natureza. Naquele calor da mensagem, falei algo que não podia dizer, não devia falar". No entanto, a retratação não foi suficiente para aplacar a indignação de muitos que viram na fala do pastor uma atitude preconceituosa e irresponsável.
O autismo, ou Transtorno do Espectro Autista (TEA), é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta a comunicação, a interação social e o comportamento. Ao contrário do que foi sugerido pelo pastor em ato preconceituoso, o autismo não é uma visita do diabo no ventre. O TEA é uma condição permanente e não tem cura, mas com o acompanhamento adequado de uma equipe multidisciplinar especializada, é possível estimular o desenvolvimento dos autistas e melhorar sua qualidade de vida. Segundo a Lei 12.764/2012, conhecida como Lei Berenice Piana, o autismo é reconhecido como uma deficiência, garantindo direitos e proteção às pessoas autistas.
A declaração do pastor em ato preconceituoso, que diz que o autismo é 'visita do diabo no ventre', evidencia a necessidade urgente de disseminar informações corretas sobre o TEA. Desinformações como essa perpetuam estigmas e preconceitos que dificultam a inclusão e o apoio adequado às pessoas autistas e suas famílias. É fundamental que líderes religiosos, educadores e a sociedade em geral estejam bem informados sobre o autismo para promover um ambiente de respeito e compreensão.
Em ato preconceituoso, pastor diz que autismo é 'visita do diabo no ventre', mas suas palavras apenas reforçam a importância de combater a desinformação e o preconceito. As reações às suas declarações mostram que a sociedade está cada vez mais consciente e disposta a lutar por justiça e respeito. É essencial que continuemos a educar e informar, garantindo que todas as pessoas, independentemente de suas condições, sejam tratadas com dignidade e respeito.
Fonte: UOL