Dia de Finados

Tradição milenar leva milhares de pessoas aos cemitérios de Araguaína e ajuda a aquecer comércio

Milhares de pessoas visitaram os cemitérios públicos São Lázaro e Monte Sinai no feriado.

Por Redação
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03/11/2023 09h37 - Atualizado há 9 meses
Velas, flores e muitas orações marcaram a movimentação dos visitantes nos túmulos

Há 11 anos, Helena Propércio visita com a família o túmulo do seu irmão. Ela esteve entre os milhares de araguainenses que levaram flores, velas e orações para os entes queridos no Dia de Finados. Segundo a empreendedora, manter a tradição é importante para demonstrar carinho e respeito.

“Ele faleceu assassinado, perdoei a pessoa que fez isso, mas foi muita dor. A gente crê que meu irmão está no céu, pois eu acredito que existe a morte, mas também a eternidade, e estar aqui é mais uma forma de demonstrar o quanto amamos ele”, afirmou Helena.

O joalheiro Francisco Rivanildo perdeu o pai, irmão, sobrinho, tios e alguns amigos, e a data é um dos momentos do ano em que ele se faz presente no cemitério para relembrar com saudades dos familiares. “Eu não venho só nesta data, mas no dia de aniversário também. Quando estou com saudades, sempre apareço aqui e acendo uma vela para me sentir mais perto deles”, contou.

Tradição milenar

Dentro da programação especial do Dia de Finados, foram realizadas três missas no cemitério São Lázaro e a Prefeitura montou tendas e disponibilizou cadeiras para oferecer mais conforto aos membros e fiéis da Diocese de Araguaína. A data é uma tradição católica, que teve início na Idade Média, com um propósito de que os vivos pudessem, por meio dos ritos, ajudar os mortos a alcançarem a salvação com mais facilidade.

O Bispo Dom Giovane Pereira explica o significado do Dia de Finados e o motivo da data cair um dia depois do Dia de Todos os Santos. “Chega um momento que nós cessamos a nossa peregrinação terrestre e retornamos à eternidade de Deus, e a proximidade entre a festa de Todos os Santos e o Dia de Finados quer simbolizar isso, Deus quer que todos nós sejamos santos e santas como Ele é”, explicou o bispo.

Zelo com as famílias

Com intuito de oferecer mais conforto, a prefeitura, por meio da Funamc (Fundação de Atividade Municipal Comunitária), preparou os cemitérios São Lázaro e Monte Sinai com limpeza, renovação de pinturas, troca de placas, estruturas com tendas, cadeiras, banheiros climatizados, bebedouros, serviços na área da saúde, além de entrar em contato com as igrejas para organizar a programação cristã.

“São duas semanas que nos dedicamos para intensificar os preparativos, sempre nos preocupando com o bem-estar das famílias, pois entendemos o quanto esse momento é importante para muitos cidadãos”, disse o presidente da Funamc, Neif Gomes.

Louvor que conforta os vivos

Antes de entrar no cemitério, os visitantes puderam ouvir músicas cristãs, por meio do grupo de louvor da Primeira Igreja Batista, e os jovens serviram lanches gratuitos para o público. Segundo o pastor, as ações e a presença são um acolhimento e oportunidade de levar mais amor ao próximo por meio do evangelho.

“Respeitamos todas as tradições religiosas, tanto que estivemos aqui preocupados com o bem-estar de quem está vivo visitando seus entes queridos e nós entendemos que o louvor e a palavra podem trazer mais calma, renovo e ânimo para essas pessoas”, explicou o pastor Euzimar Pires.

Renda extra para os empreendedores

A movimentação de comerciantes nas imediações do cemitério neste Dia de Finados teve um aumento de 12% em Araguaína, saindo de 31 para 35 tendas montadas, quando comparado com 2022. A empresária Eva Cíntia de Souza estava entre eles. Ela é proprietária de uma floricultura na cidade e sempre fecha a sua loja no feriado para vender flores naturais e velas em frente ao Cemitério São Lázaro.

“Eu trabalho o ano todo pensando nesta data, a gente vende muito! Este ano tripliquei os pedidos de produtos, pois no ano passado era meio-dia e eu já tinha vendido quase tudo”, contou a empresária.

Pausa rápida para o lanche

Na parte da alimentação, a empreendedora Elzely Alves vendeu pastéis, caldo de cana e suco de laranja natural. No Dia de Finados, ela é uma das vendedoras pioneiras atuando no mesmo segmento há 35 anos nas feiras da cidade. “É um dia que as pessoas vêm visitar os seus entes queridos e aproveitam para fazer um lanchinho, é muito bom, pois vendemos um pouco mais e conseguimos fazer uma renda extra”, contou a empreendedora.

Trabalho em equipe

Os cemitérios tiveram o suporte da ASTT (Agência de Segurança, Transporte e Trânsito), Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e GMA (Guarda Municipal de Araguaína). E devido à movimentação maior no cemitério São Lázaro, uma equipe da Secretaria da Saúde de Araguaína esteve no local para dar suporte aos visitantes.

"A gente crê que meu irmão está no céu, pois eu acredito que existe a morte, mas também a eternidade”, afirmou a empreendedora Helena Propécio
 

"Chega um momento que nós cessamos a nossa peregrinação terrestre e retornamos à eternidade de Deus", afirmou o bispo Dom Giovane Pereira 

“Eu trabalho o ano todo pensando nesta data, a gente vende muito", disse a empreendedora, Eva Cíntia de Sousa

 Na parte da alimentação, a empreendedora Elzely Alves, uma das comerciantes pioneiras no Dia de Finados, vendeu pastéis, caldo de cana e suco de laranja natural

Antes de entrar no cemitério, os visitantes puderam ouvir músicas cristãs, por meio do grupo de louvor da Primeira Igreja Batista

Momento bastante simbólico entre os cristãos para relembrar e homenagear os entes queridos que já faleceram

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