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Vendedora de espetinhos clama para trabalhar em Araguaína: 'já estamos passando fome'

Ela vendia espetinhos no centro da cidade antes da pandemia e ficou sem sua única renda.

Por Márcia Costa 5.964
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12/06/2020 11h20 - Atualizado há 3 anos
Dona Josefa e seu filho Ricardo

A pandemia do coronavírus deixou centenas de pessoas sem condições de trabalhar para ganhar o próprio sustento. São trabalhadores e trabalhadoras autônomas como a mãe de família Josefa Rodrigues Viana, de 47 anos, que tinha na venda de espetinhos a única fonte de renda da família em Araguaína.

Por meio do decreto municipal n° 227/20, a prefeitura já autorizou a retomada de grande parte das atividades comerciais, porém, os vendedores ambulantes ainda não podem trabalhar nas ruas da cidade.

Com 35 dias de paralisação e já passando fome, Josefa decidiu ir vender seus espetinhos na Avenida Cônego João Lima, como era de costume antes da pandemia, mas foi impedida pelos fiscais da Prefeitura.

"Eu preciso trabalhar por que essa é a única renda que tenho para comprar meu pão de cada dia. Por isso eu fui vender os espetinhos, mas não demorou muito para os fiscais chegarem. Eles pediram para eu apagar o fogo e não queriam esperar eu terminar de assar os espetos que já estavam na churrasqueira”, contou.

A trabalhadora reclamou ainda da forma como foi tratada por parte de uma fiscal, que teria agido com muita arrogância, segundo a vendedora.

"Estou passando fome e preciso pagar a carne que comprei fiado. A fiscal falou para eu desligar o rádio e disse umas três vezes: ‘Olha pra mim, olha bem pra mim’. Fui tratada como bandida”, desabafou.

O filho da vendedora disse que até se ajoelhou nos pés da fiscal e clamou para que deixassem eles trabalhar.

"Estamos passando dificuldades. Eu uso aparelho nos dentes e estou com a boca toda ferida por que não tenho condições de ir ao dentista. Estamos devendo no açougue e só temos um pouco de arroz para comer, tá muito difícil. Eu ajoelhei e pedi pelo amor de Deus para nos deixar trabalhar, é o que queremos", disse Ricardo Rodrigues.

Quem quiser ajudar a família da dona Josefa pode entrar em contato pelo telefone (63) 99204 - 7221.

A reportagem aguarda resposta da Prefeitura de Araguaína.

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