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Sinais de demência

Demência também pode se manifestar nos olhos; veja primeiros sinais e como identificar

A demência, em seus primeiros estágios, apresenta sinais comuns como perda de memória.

Por Nicole Almeida
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20/08/2024 08h46 - Atualizado há 2 meses
Demência pode se manifestar nos olhos; veja sinais e como identificar

A demência é uma condição progressiva que tende a afetar não apenas a memória, mas também as capacidades cognitivas e motoras. Embora seja amplamente conhecida por seus impactos no comportamento e nas habilidades do dia a dia, estudos recentes apontam que os olhos podem revelar sintomas precoces da doença. Entender esses sinais pode ajudar no diagnóstico mais cedo e eficaz da demência.

Primeiros sinais de demência

A demência, em seus primeiros estágios, apresenta sinais comuns como perda de memória, dificuldade em usar a linguagem, mudanças na personalidade, desorientação e problemas para realizar tarefas diárias. Esses sintomas, presentes em diferentes tipos de demência, como a causada pelo Alzheimer, podem evoluir para uma perda de mobilidade e mudanças no comportamento, como agitação e comportamentos inadequados.

Um dos aspectos menos comentados é como a demência pode afetar os olhos. Estudos recentes sugerem que mudanças na retina podem ser um indicativo precoce da doença. O olhar vago ou uma perda de visão repentina são sinais que podem estar associados à demência, especialmente em pacientes que apresentam outras formas de declínio cognitivo.

Estudos revelam conexões entre demência e saúde ocular

Um estudo realizado pelo laboratório de neurocirurgia e ciências biomédicas no Cedars-Sinai, em Los Angeles, liderado pelo médico Maya Koronyo-Hamaoui, trouxe à tona uma nova maneira de analisar a demência. Segundo o estudo, mudanças na retina, visíveis por meio de exames oftalmológicos, podem estar diretamente ligadas a alterações em áreas cerebrais associadas à memória e à percepção espacial.

Essas descobertas foram realizadas ao longo de 14 anos, com a coleta de amostras de retina e tecidos cerebrais de 86 pessoas, variando entre funções cognitivas normais e aquelas com comprometimento leve até casos avançados de Alzheimer. O estudo sugere que as mudanças na retina podem servir como um novo marcador para o diagnóstico precoce da demência, antes mesmo que os sintomas cognitivos se tornem evidentes.

Impactos da demência além da memória

Com o avanço da demência, além dos sintomas mais conhecidos, muitos pacientes enfrentam desafios relacionados à sua percepção do ambiente. É comum que eles tenham dificuldade em encontrar lugares familiares dentro de suas próprias casas ou se percam em ambientes conhecidos. Além disso, distúrbios do sono, como insônia, são comuns, agravando o estado de confusão e agitação.

Em casos mais graves, a demência pode desencadear sintomas de psicose, como alucinações e delírios. Esses sintomas exacerbam os traços de personalidade, levando à paranoia, à irritabilidade e a preocupações excessivas, que podem tornar o convívio diário ainda mais difícil.

A demência e o envelhecimento

Embora a demência seja mais comum em idosos, não faz parte do processo normal de envelhecimento. Muitos indivíduos com mais de 100 anos mantêm suas funções cognitivas sem apresentar sinais da doença. Isso destaca que a demência, apesar de mais frequente na terceira idade, é uma condição clínica que pode ter causas diversas, incluindo doenças como Alzheimer, Parkinson ou até infecções como o HIV.

Como reduzir os riscos de demência

Até o momento, não há uma maneira definitiva de prevenir a demência. No entanto, estudos sugerem que manter uma rotina saudável pode ajudar a reduzir os riscos. Alimentação balanceada, atividades físicas regulares e estímulos mentais, como leitura e jogos de lógica, são recomendados pelos especialistas. Além disso, dormir bem e evitar o estresse também podem contribuir para a saúde do cérebro a longo prazo.

Por mais que os sintomas oculares e outras manifestações possam ser sinais de demência, é essencial buscar orientação médica especializada para o diagnóstico correto. A avaliação precoce pode ajudar na adoção de estratégias que melhorem a qualidade de vida dos pacientes e retardem o avanço da doença.

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