Mas o principal e maior vilão é o tabagismo, afirma especialista.
Comportamentos rotineiros e estilos de vida ainda são os principais determinantes para o surgimento do câncer em uma pessoa. Estamos falando de alimentação, prática de atividades físicas, consumo de bebidas alcoólicas e tabagismo.
Até o hábito de tomar bebidas muito quentes pode ser prejudicial para o seu corpo, já que é um dos fatores que pode levar ao desenvolvimento do câncer de esôfago. A doença é o foco das atenções durante o mês de abril, que recebe a cor azul-claro para ampliar o acesso às informações sobre o problema.
Números
“O esôfago é um tubo que liga a garganta até o estômago. O câncer que acomete essa região é o sexto mais incidente entre os homens e o 15° entre as mulheres”, destaca Leonardo Macedo, médico cirurgião de cabeça e pescoço da Acreditar Tocantins, clínica de Araguaína especializada no tratamento do câncer.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a previsão para 2020 foi de 11.390 novos casos no Brasil, sendo 8.690 em homens e 2.700 em mulheres. Em 2019, 6.802 homens e 1.914 mulheres - 8.716 no total - morreram por causa da doença.
Comportamento de risco - Bebidas quentes
É preciso evitar algumas atividades que podem até parecer inofensivas, mas que aumentam as chances do aparecimento do câncer de esôfago.
Uma delas é o consumo com frequência de bebidas muito quentes, como chimarrão, chá e café em temperatura de 65º C ou mais.
Comportamento de risco - Refluxo
O excesso de peso causado por uma alimentação desequilibrada também é outro possível fator para o câncer de esôfago. Isso porque a condição causa o refluxo, quando o suco gástrico do estômago sobe até o esôfago e danifica o órgão devido à sua acidez.
O consumo frequente de alimentos ultraprocessados, como salsichas, também é outro fator de risco para a doença.
Comportamento de risco - Álcool e cigarro
Sobre as bebidas alcoólicas, não há um “nível seguro” para ingestão, então a orientação é evitar o consumo, porque também é um potencial causador deste câncer.
Mas o principal e maior vilão é o tabagismo, responsável por 25% dos casos de câncer de esôfago.
Mas doutor, a doença dá sinais do seu aparecimento?
“Em sua fase inicial, o câncer de esôfago não apresenta sinais. De acordo com a sua progressão, podem surgir sintomas como dificuldade para engolir, refluxo, dor torácica, sensação de obstrução à passagem do alimento, vômitos, dor atrás do osso do meio do peito, náuseas e perda do apetite e de peso”, explica Leonardo.
Mas boa parte destes sintomas também faz parte de outras doenças menos graves, por isso é fundamental que elas sejam investigadas, principalmente se não houver melhora.
Como descobrir a doença?
A partir dos sintomas, com a devida orientação médica, é necessário fazer uma endoscopia digestiva, que vai avaliar todos os órgãos que fazem parte do sistema digestivo - entre eles o esôfago - e posterior biópsia.
Quais são os tratamentos?
“Cirurgia, quimioterapia e radioterapia fazem parte dos tratamentos mais comuns. Podem ser combinados ou feitos de maneira isolada, dependendo da avaliação médica e das condições clínicas do paciente”, ressalta o especialista.
Combate à desinformação
Quando alguns sintomas aparecem, muitas pessoas evitam procurar um médico com medo do diagnóstico, mas esse comportamento acaba complicando o tratamento e até mesmo uma possível cura.
“O paciente perde um tempo precioso, já que a detecção precoce do câncer é uma estratégia para encontrar um tumor em fase inicial, aumentando bastante suas chances de cura”, destaca o médico.