Na região norte

Após 33 anos, cerca de 50 toneladas de fósseis são devolvidas a monumento natural no Tocantins

Esses fósseis constituem uma peça-chave do patrimônio científico mundial.

Por Redação 1.042
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09/06/2023 08h05 - Atualizado há 10 meses
Fósseis vegetais têm elevado valor arqueológico e paleontológico

Cerca de 50 toneladas de materiais fósseis retirados do Monumento Natural de Árvores Fossilizadas (Monaf) foram devolvidos à Unidade de Conservação (UC) gerida pelo Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins).

O translado de Brasília, onde as peças estavam armazenadas no pátio da Associação Brasileira de Inteligência (ABIN), a Bielândia, distrito de Filadélfia, na região norte do Tocantins, foi feito com apoio da Agência Nacional de Mineração (ANM). Na sede do Monaf, localizado no perímetro urbano do distrito, todo o material será alocado, ao longo deste mês, para a formação de um museu de história natural.

O material fóssil é protegido pela Constituição Federal (artigo 216, inciso V), em razão da relevância científica e cultural, não pode ser comercializado, conforme explica o supervisor do Monaf, Hermísio Aires, que avalia o retorno de peças às coleções de árvores fossilizadas do Estado como histórico para o Monaf e para a Paleontologia Brasileira, uma vez que esses fósseis seriam contrabandeados e, agora, retornaram ao lugar de origem. 

"Na década de 1990, foi coletado de forma indevida. E, agora, temos a alegria de estar recebendo esse material de grande importância para a Unidade de Conservação, para comunidade científica, e, também, para todos os visitantes que aqui poderão observar esse material na sede da unidade", destacou o supervisor. 

O retorno dos fósseis vegetais ao Tocantins, outrora, destinados ao tráfico, foi possível por meio de Ação Civil Pública do Ministério Público Federal (MPF), e constitui importante elemento da história natural do Tocantins e região norte.

"Instituições de ensino e pesquisa como a Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT), que recebeu doações, agora tem a possibilidade de ampliar suas pesquisas que vão permitir trazer apontamentos fundamentais para entendermos aspectos evolutivos e temporais de nossa região", pontuou Rodrigo Sávio, gerente das Unidades de Conservação.

Monaf

A sede do Monaf está situada em Bielândia, distrito de Filadélfia, região norte do Estado, e abrange uma área de 32.067 hectares de Cerrado. Sua zona de amortecimento engloba parte do município de Babaçulândia.

O Monaf tem este nome em função da existência de sítios paleontológicos e arqueológicos onde são encontrados os fósseis de árvores como pteridófitas, esfenófitas, coníferas e cicadácias. Tais fósseis constituem uma peça-chave do patrimônio científico mundial, tendo enorme importância para estudiosos que investigam florestas, o clima e a ecologia planetária do período Permiano.

Peças são protegidas pela Constituição Federal
Três caminhões carregados trouxeram os fósseis vegetais de Brasília ao Tocantins
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